Na hora de obter empréstimo, aposentados e pensionistas têm preferência

SÃO PAULO – Na hora de obter empréstimos nas instituições financeiras, o perfil do consumidor pode ser determinante para o "sim". Aposentados e pensionistas, por exemplo, conseguem facilmente a liberação do crédito.

De acordo com o diretor-geral da Credipar, Marcelo Ferraz, esse público, por ter a garantia de renda vitalícia pelo INSS, transmite mais segurança à financeira. Outros perfis que costumam conseguir crédito facilmente são os casais com filhos e pais ou mães solteiros.

Perfil disciplicado

Ferraz explica que os adultos, chefes de família, não têm o costume de gastar por impulso e ainda são mais disciplinados quanto ao orçamento familiar. Assim, priorizam a família aos gastos pessoais na hora da compra.

Esses perfis também contam com outra variável favorável, que é o fato de que uma demissão não colocará em risco o pagamento de um empréstimo. As mulheres com filhos, por exemplo, usualmente diversificam sua renda e não dependem de apenas uma fonte de recursos.

No caso dos casais com crianças, percebe-se que, na maioria, tanto o pai quanto a mãe trabalham. Desta forma, explica Ferraz, caso um perca o emprego, o outro consegue manter o mesmo padrão de vida por um tempo, às vezes, o necessário para recolocação.

E os jovens?

Na avaliação de Ferraz, a luta dos bancos por manter baixos os índices de inadimplência acaba fazendo com que os pensionistas, aposentados, famílias com filhos tenham certa prioridade na liberação do crédito, principalmente frente aos jovens e profissionais sem renda fixa.

De acordo com Ferraz, os jovens, solteiros, autônomos, donas de casa e até mesmo o público de alta renda, apesar de conseguirem ter acesso ao crédito, precisam apresentar boas garantias para a liberação do empréstimo. Os bancos entendem que é comum esses consumidores não fazerem um planejamento financeiro. Também normalmente compram por impulso ou se endividam de forma excessiva.

O objetivo dos bancos, ao definir grupos que têm crédito mais facil, é evitar a inadimplência, para preservar a margem de lucro do negócio e serem mais competitivos no mercado. Há casos, porém, que, apesar das análises de risco, a instituição não consegue se prevenir contra a inadimplência.

De acordo com Ferraz, isso acontece quando os parentes usam o nome do aposentado para ter o acesso ao crédito. “Quando isso acontece, a responsabilidade de um compromisso nem sempre é cumprida e o aposentado é quem fica com o débito”, diz Ferraz.