Renda fixa continua no foco dos investidores de fundos em 2012, diz Anbima

SÃO PAULO - Depois de registrarem a maior captação (diferença entre depósitos e saques) da indústria de fundos em 2011, os fundos de renda fixa devem continuar no foco dos investidores neste ano que se inicia. A opinião é do vice-presidente da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados  Financeiros e de Capitais), Demosthenes Pinho Neto.

Segundo ele, mesmo com as expectativas de redução de juros (que pode afetar diretamente o desempenho da renda fixa), as incertezas internacionais e o crescimento moderado da economia nacional são alguns “entraves” para que haja uma migração para fundos de ações.

“Mesmo com a redução da Selic (taxa básica de juro), o patamar dos juros ainda está bastante elevado e favorece a renda fixa”, diz. “Por outro lado, a perspectiva de crescimento do País de 3% ou 3,5% em 2011 não é tão atrativa para a Bolsa e ainda têm as incertezas internacionais, que também pesam contra a renda variável”, completa.

Neste cenário, no ano passado, os fundos de renda fixa registraram captação liquida de R$ 80 bilhões, resultado de R$ 751,7 bilhões de aplicações e R$ 671,7 bilhões de resgates. “Ainda não será em 2012 nem em 2013 que a “pizza” (referindo-se ao gráfico de pizza) vai ficar com o formato mais parecido com os países desenvolvidos (onde o investimento em ações é proporcionalmente maior)”, diz Pinho Neto.

Outros fundos
De acordo com Pinho Neto, outros fundos conservadores, como os referenciados DI e os fundos de previdência, também devem ter uma boa captação no próximo ano. Já os fundos multimercados ainda vão continuar sofrendo com as turbulências externas, principalmente por conta das incertezas em relação à Europa.

“Acredito que estes problemas na Europa devem se arrastar ao longo de 2012. Então, este deve ser mais um ano difícil para os multimercados”, aponta o vice-presidente da Anbima.

No ano passado, os multimercados amargaram a pior captação da indústria (negativa em R$ 46,787 bilhões), resultado de R$ 310,337 bilhões de aplicações e R$ 357,124 bilhões de resgates.