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Kodak anuncia 'concordata' e deixa Bolsa de NY após mais de cem anos

19/01/2012 16h43

SÃO PAULO - Após mais de cem anos, a Kodak deixará de cotar na Bolsa de Nova York, após pedir proteção contra falência nos EUA nesta quinta-feira (19). O organismo regulador da NYSE pediu a suspensão imediata da negociação das ações na Bolsa, alegando que a companhia já não está mais apta a fazer parte do mercado. 

O pedido de proteção contra falência é similar à recuperação judicial nos termos brasileiros --a antiga concordata.

O pedido de 'concordata' feito pela companhia, fundada em 1888 por George Eastman, ocorreu após a pioneira no mercado de fotografias não ter conseguido levantar capital para financiar uma recuperação financeira de longo prazo. 

Após muitas décadas tentando lidar com a maior concorrência do mercado fotográfico - que se acentuou com a chegada da tecnologia digital, a última tentativa foi a de se transformar em uma empresa de impressoras - o que tornou-se caro para a companhia. 

Empresa deve continuar prestando serviços

Em comunicado ao mercado, a empresa informou que entrou com pedido voluntário de proteção com base no Capítulo 11 da Lei de Concordatas norte-americana. Desse modo, ela pretende reforçar sua liquidez nos EUA e no mercado internacional, além de resolver a situação dos passivos e se concentrar nos negócios mais competitivos.

Porém, a empresa ressaltou que, mesmo entrando em concordata no Tribunal de Falências dos EUA, terá capacidade para operar seus negócios e continuar prestando serviços a seus clientes, após conseguir financiamento de US$ 950 milhões do Citigroup. 

Forte queda dos ativos

Refletindo a complicada  situação da empresa, nessa última sessão, os ativos da companhia tiveram desvalorização de 35,10%, cotados aos US$ 0,36 na bolsa de Nova York. No acumulado dos últimos doze meses, as ações da Kodak amargaram perdas de 93,12%.

A forte desvalorização das ações fez com que a bolsa nova-iorquina realizasse um advertência à companhia, que poderia deixar o pregão caso não conseguisse fazer com que seus ativos fechassem acima de US$ 1,00 - o que é exigido pelo mercado.