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Veja dez dicas para fugir de fraudes em investimentos

16/04/2012 09h54

SÃO PAULO – Propostas de ganhos bem acima da média do mercado em um curto prazo de tempo podem deixar investidores tentados a entrar em determinado fundo ou aplicação financeira.

Entretanto, em muitos casos, o investimento pode acabar escondendo um esquema fraudulento e o investidor corre o risco de perder boa parte ou até mesmo todo o valor aplicado.

Nos Estados Unidos, um dos casos mais conhecidos de fraude foi o esquema de pirâmide do investidor Bernard Madoff, que causou um rombo de US$ 18 bilhões aos seus investidores.

Para evitar cair neste tipo de golpe, o chefe de Relações com Universidades e Private Wealth do CFA Institute, Stephen Horan, listou dez dicas. Confira:

1. Compreenda claramente a estratégia de investimento
Seguindo os conselhos do respeitado investidor norte-americano Peter Lynch, Horan ressalta a importância de se investir somente no que se entende. “Os investidores devem estar atentos para a possibilidade de que um jargão complexo esconde inconsistências suspeitas”, diz.

Segundo ele, algumas oportunidades de investimento parecem atraentes simplesmente porque são descritas em termos impressionantes e complicados. “As estratégias de investimento e os produtos financeiros devem ser claros e compreensíveis”, ressalta.

2. Adeque a estratégia de investimento ao desempenho informado
O especialista lembra que a estratégia de investimento declarada do ex-banqueiro norte-americano Allen Stanford, que também atuava em um esquema de pirâmide, era fácil de entender, mas era incompatível com o retorno prometido. “Ele oferecia certificados de depósitos que pretendiam pagar 3,5% mais do que os oferecidos por outras empresas”, diz. Por isso, o investidor deve desconfiar, caso a estratégia não seja compatível com o desempenho informado da aplicação.

3. Pergunte sobre auditorias independentes e quem as executa
De acordo com Horan, o investidor deve sempre pedir demonstrações financeiras auditadas. “O auditor deve ser independente, respeitável e congruente com o tamanho e o escopo da operação de investimento. O auditor do Stanford International Bank (banco de Allen Stanford) era uma empresa de contabilidade local de pequeno porte, baseada em Antigua, o que não está de acordo com a proporção da operação de US $ 8 bilhões”, ressalta o especialista.

4. Fique atento a e-mails e fóruns de internet
Segundo o especialista, murais on-line e e-mails sobre investimentos também são um terreno fértil para disseminar informações falsas. “A internet é uma maneira de baixo custo para golpistas atingirem milhões de pessoas”, diz.

Por isso, ele aconselha que os investidores tratem as informações provenientes de fontes desconhecidas na internet com grande desconfiança.

5. Desconfie de retornos rápidos 
De acordo com Horan, é comum que golpistas façam a combinação entre segurança e altos retornos parecer plausível, concedendo-lhe "acesso especial" com base na sua relação com um conhecido em comum ou afiliação com uma religião ou grupo étnico específico. “Profissionais legítimos de investimento não prometem apostas certas”, enfatiza.

Segundo ele, também é preciso entender os termos para resgatar ações ou sair do investimento. “Quando isto pode ser feito e quais são as taxas?”, questiona.

6. Entenda a supervisão regulatória
O especialista lembra que a regulamentação varia conforme o país e o tipo de investimento. “Investimentos no exterior devem ser tratados com cautela, porque é muito mais difícil de localizar e recuperar o seu dinheiro no exterior, caso algo saia errado”, alerta.

7. Avalie o risco operacional e de infraestrutura
Outro ponto importante é analisar a infraestrutura operacional do investimento. “Operações de gestão de investimento devem ter uma infraestrutura física para a negociação e administração. Elas também devem ter processos e controles documentados”, afirma Horan.

Segundo ele, também é importante que a empresa tenha operações separadas e independentes de gestão de ativos, negociação e custódia para oferecer verificações e balanços contra a fraude. “Nick Leeson derrubou o Barings Bank, uma instituição financeira de mais de 100 anos de idade, em 1995, porque esses controles não existiam”, diz.

8. Avalie o pessoal
O investidor também deve avaliar a equipe da empresa que oferece o investimento, na opinião do especialista. “A confiabilidade de qualquer operação é baseada na integridade e na competência de seu pessoal. Investidores informados conhecem quem gerencia os ativos (ou seja, toma decisões de investimento) e quem implementa a estratégia de investimento (isto é, faz a negociação)”, afirma.

De acordo com ele, é importante procurar por credenciais profissionais reconhecidas, como o CFA (Chartered Financial Analyst) e outras

9. Faça uma verificação de antecedentes
Na opinião de Horan, é importante verificar condenações passadas, investigações pendentes ou ações judiciais. “Os investidores podem muitas vezes encontrar essas informações e verificar o registro de um profissional com um regulador nacional”, lembra. No Brasil, o órgão regulador do mercado de capitais é a CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

10. Limite a sua exposição
A diversificação é outra arma para minimizar os riscos com as fraudes nos investimentos. “Uma das maneiras mais seguras de evitar a catástrofe associada com a fraude de investimento é limitar o tamanho do investimento. Limitar a exposição a 5% ou 10% de um portfólio proporciona alguma proteção, se um dos investimentos for fraudulento”, conclui Horan.