Via Varejo avança mais de 2% após descoberta de fraude contábil; XP reitera compra
Na abertura dos negócios desta sexta-feira na bolsa paulista, as ações da Via Varejo (SA:VVAR3) operam com valorização. Na véspera, a companhia informou que a investigação interna aberta encontrou indícios de fraude contábil, que deve impactar o resultado do quarto trimestre em até R$ 1,4 bilhão.
A XP Investimentos, apesar da notícia negativa, reiterou a recomendação de Compra nas ações com preço-alvo de R$12,00. Segundo os analistas, dois fatores dão conforto no caso: a notícia não altera os fundamentos da companhia para os próximos anos e nem afeta nenhum dos pilares da visão construtiva para as ações, e o impacto negativo no caixa da companhia pode ser quase totalmente anulado por ganhos relacionados a créditos fiscais e recuperação de impostos.
Com isso, os papéis da companhia avançavam 2,60% a R$ 10,26, por volta das 10h25, depois de fechar em queda de 3,10% na véspera.
As investigações, abertas após a companhia ter recebido denúncias anônimas em novembro, apontaram indícios de fraude contábil oriunda de manipulação de provisão trabalhista e diferimento indevido na baixa de ativos e contabilização de passivos, informou a Via Varejo (SA:VVAR3).
Além disso, a investigação detectou falhas de controles internos, que poderiam resultar "em erros materiais" em certas contas contábeis. Com isso, a empresa determinou a abertura de uma terceira fase de investigações.
"Estima-se que o impacto combinado dos ajustes decorrentes tanto da investigação... resultará em ajustes da ordem de 1,2 bilhão a 1,4 bilhão nos resultados do quarto trimestre, com impacto no patrimônio líquido da companhia entre 800 milhões e 940 milhões de reais", afirmou a Via Varejo (SA:VVAR3) em fato relevante, acrescentando que espera que os valores gerem um efeito no caixa da companhia nos próximos três a quatro anos.
"A administração avalia que os ajustes descritos acima não impactarão de maneira adversa e relevante seu fluxo de caixa, sua condição financeira e operacional ou sua capacidade de honrar compromissos", afirmou a Via Varejo (SA:VVAR3), informando que iniciou uma terceira fase da investigação, mas não estimou quando poderá ser concluída.
Dentro da análise realizada pela gestão que assumiu o comando da empresa em meados deste ano, a Via Varejo (SA:VVAR3) também encontrou créditos fiscais de cerca de 600 milhões de reais referentes a PIS/Cofins e ICMS, sob avaliação de auditores independentes da empresa, dona da Ponto Frio e da Casas Bahia.
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