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Taxa de juros média para consumidor é de 118% ao ano

Da Redação, em São Paulo

20/10/2010 20h20

Embora o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, tenha decido manter a taxa básica de juros (a Selic) em 10,75% ao ano, na prática o consumidor pessoa física paga em média juros de 118,74% ao ano.

O dado faz parte da pesquisa realizada em setembro pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), divulgada nesta semana.

A Anefac pesquisou seis linhas crédito para consumidores:

  • Comércio: 93,39% ao ano
  • Cartão de crédito: 238,3% ao ano
  • Cheque especial:137,38% ao ano
  • CDC (bancos): 32,46% ao ano
  • Empréstimo pessoal (bancos): 73,33% ao ano
  • Empréstimo pessoal (financeiras): 199,11% ao ano

Os valores são médios e variam de banco para banco, podendo ser maiores ou menores conforme a relação do cliente com a instituição.

Reflexo

A Selic é a taxa básica de juros. Ela é usado como base para os juros cobrados quando se parcela uma compra ou se pede dinheiro emprestado no banco. Se os juros básicos aumentam, as lojas fazem o mesmo com o crediário.

Os juros são também usados como política monetária pelo governo para conter a inflação. Com juros altos, as prestações ficam mais caras e as pessoas compram menos, o que restringe o aumento dos preços.

No caso da redução dos juros, o receio do governo é que haja muitas compras e as indústrias não consigam produzir o suficiente. Quando isso acontece, pode haver falta de produtos no mercado, e os que existem ficam mais caros.

Um aspecto positivo dos juros altos é que eles remuneram melhor as aplicações. Isso é bom para os investidores brasileiros e também para os estrangeiros que procuram o país. Quando alguém investe em fundos ou títulos públicos, recebe um rendimento maior se os juros estiverem mais altos.

Por outro lado, os juros altos prejudicam as empresas, que ficam mais cuidadosas para tomar empréstimos e fazer expansões. Por causa disso os empresários reclamam dos juros altos. Nesse cenário também fica mais difícil gerar empregos.

O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros.

O colegiado que tem direito a voto é formado por oito integrantes: o presidente do BC, Henrique Meirelles, e mais os diretores das seguintes áreas: Política Monetária, Normas e Organização do Sistema Financeiro, Fiscalização, Administração, Liquidações e Controle de Operações do Crédito Rural, Política Econômica e Assuntos Internacionais.