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Bernanke diz que BC dos EUA vai considerar medidas anticrise, mas não anuncia nada

Do UOL Economia, em São Paulo

26/08/2011 11h50

O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, declarou nesta sexta-feira (26) que o banco central vai considerar novas medidas para estimular a economia norte-americana em sua reunião de setembro. Porém, não anunciou nenhuma medida específica.

Os mercados do mundo todo aguardaram ansiosos, durante toda a semana, pelo discurso de Bernanke em um evento anual de banqueiros centrais em Jackson Hole, Wyoming, EUA.

Vale lembrar que decisões de política monetária não podiam ser tomadas hoje, pois o encontro não é uma reunião oficial do Fed. O que Bernanke poderia fazer era tecer comentários e dar algum aceno sobre ferramentas que tem disponíveis para tentar estimular a economia norte-americana.

“O Federal Reserve tem uma série de ferramentas que poderiam ser usadas para oferecer estímulo monetário adicional. Nós discutimos os prós e contras de tais ferramentas em nosso encontro de agosto. Vamos continuar a considerar esses e outros assuntos pertinentes, incluindo, é claro, o desenvolvimento econômico e financeiro, em nosso encontro em setembro”, disse Bernanke.

“O Comitê vai continuar a avaliar o cenário econômico à luz das novas informações e está preparado para empregar suas ferramentas de forma apropriada para promover uma recuperação econômica mais forte em um cenário de estabilidade de preços.”

A reunião do Fed está prevista para os dias 20 e 21 de setembro –foram reservados dois dias, em vez de um, para permitir discussões mais aprofundadas.

Desafios

Na análise de Bernanke, os Estados Unidos enfrentam muitos desafios de crescimento. Ele disse acreditar que a solução para a economia vai demorar e que vão existir contratempos ao longo do caminho, incluindo riscos financeiro.

"Entretanto, com uma única possível exceção com relação ao que vou elaborar em seguida, o processo de cura não deve deixar grandes cicatrizes", avaliou.

Bernanke notou que, "apesar do trauma da crise e da recessão, a economia dos Estados Unidos permanece como a maior do mundo, com um mix diversificado de indústrias e um grau de competitividade internacional que melhoraram nos últimos anos".

Desemprego

Uma das prioridades, segundo antecipou, será reduzir o número de desempregados de longa duração, algo que segundo sua opinião será fundamental para reativar a economia americana.

Atualmente, o desemprego nos EUA está em 9,1% e a isso se soma o enfraquecido mercado imobiliário e as consequências da crise financeira para impedir que a economia decole definitivamente após a recessão de 2008.

"Sob tais circunstâncias incomuns, as políticas que promoverão uma recuperação mais firme a curto prazo podem ser boas para os objetivos a longo prazo também", apontou Bernanke.

(Com informações de Reuters, Efe e Valor)