Emissão de cartão pré-pago para viagens sobe até 80%
A emissão de cartões pré-pagos para viagens internacionais cresceu até 80% neste ano. Um dos motivos foi o aumento da cobrança de IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) sobre compras feitas no exterior com cartão de crédito.
"Esse mercado já vinha aquecido, mas a demanda por esse tipo de cartão cresceu muito depois do aumento do IOF", diz o vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Mastercard Brasil e Cone Sul, Alexandre Magnani.
"Ele substituiu o traveler check e até o papel-moeda", afirma.
O diretor-geral da Agillitas Serviços de Pagamento, Roger Ades, diz que a procura pelos cartões administrados pela empresa e emitidos pelo Banco Rendimento aumentou muito nos últimos meses. "A procura já vinha aumentando nos últimos anos, mas, depois do aumento do IOF, cresceu 80%", afirma.
Cartões são recarregados em moeda estrangeira
Diferentemente dos cartões pré-pagos para uso genérico, que foram lançados recentemente no Brasil e são recarregados em reais, os cartões para viagens só podem ser recarregados em moeda estrangeira.
Quando faz a recarga, o consumidor paga IOF. Mas o percentual cobrado é equivalente a 0,38% do valor total, bem abaixo dos 6,38% que passaram a ser cobrados, no começo do ano, pelo uso do cartão de crédito no exterior.
Calcule o IOF de suas compras no exterior com cartão de crédito
A gerente-executiva do mercado de cartões da pessoa física do Banco do Brasil, Maria Izabel Gribel, diz que a demanda pelo produto surpreendeu o próprio banco.
"O cartão para viagens internacionais foi lançado pelo Banco do Brasil há um ano. O que achávamos que levaria dois anos para acontecer acabou acontecendo em seis meses. Foram emitidos mais de 175 mil cartões até agora", diz.
"Além da vantagem de substituir o dinheiro, ele dá ao consumidor a tranquilidade de um risco cambial zerado", afirma Maria Izabel.
Isso porque o consumidor, ao carregar o cartão com antecedência, não corre o risco de ser surpreendido, mais tarde, com possíveis oscilações do câmbio. Já quem usa o cartão de crédito, por exemplo, precisa contar com a sorte de fazer a compra no exterior num momento de câmbio favorável.
No entanto, pode acontecer o movimento contrário: o usuário pode carregar seu cartão com o dólar mais alto e, depois, a moeda se desvalorizar.
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