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Indústria do sexo grega é afetada pela crise econômica

Do UOL, em São Paulo

29/05/2012 14h58

A indústria do sexo grega é mais uma vítima da crise econômica no país. Os gregos estão gastando cada vez menos com acessórios eróticos, pornografia e lingeries provocantes.

Cerca de 50 pessoas aguardavam a abertura da maior feira do setor erótico, a Erotic Dream, que costumava atrair multidões desde quando abriu pela primeira vez, em 2008. O interesse diminuiu junto com a economia grega, enterrada em seu quinto ano consecutivo de recessão.

As medidas de austeridade que a Grécia adotou como parte do acordo de resgate internacional levaram ao aumento do desemprego, enquanto os cortes salariais e aumentos de impostos afetaram os gastos dos consumidores.

A indústria do sexo está sentindo o golpe. O número de expositores caiu pela metade, segundo George Chrysospathis, organizador do evento. "Costumávamos ter de 20 mil a 30 mil visitantes, mas este ano eu não sei, vamos ter de ver".

Apenas um quarto dos 300 a 400 sex shops que existiam em Atenas sobreviveram à crise, e os negócios pareciam sombrios para aqueles que trouxeram seus produtos para a feira do sexo.

"As coisas parecem muito ruins, cara", disse o dono da banca Donatos Passaris. Os compradores nos estandes eram poucos e Passaris rebateu perguntas rapidamente por medo de perder um cliente raro.

Para Marianna Lemnarou, outra comerciante, "alguns clientes simplesmente não sentem vontade de fazer sexo e os outros não podem se dar ao luxo de comprar as nossas coisas na crise."

Uma eleição geral inconclusiva em 6 de maio, que mergulhou a Grécia em tumulto político e levantou temores de que o país poderia abandonar o euro, agravou as questões econômicas. "Desde a votação, os negócios completamente afundaram", disse Lemnarou.

Indústria do sexo empregava cerca de 1.000 pessoas

A Grécia foi o lar de uma indústria pequena, mas bem-sucedida produção de pornografia, que empregava cerca de 1.000 pessoas, incluindo atores, fotógrafos e cinegrafistas.
 
Na década de 1980, os filmes eram geralmente filmados em remotas praias em algumas das muitas ilhas do país, e dublados em inglês para a exportação.
 
Porém, esse cenário mudou depois que os produtores locais foram solapados por pornografia gratuita na Internet e pela concorrência de outros países.
 
Apenas uma empresa ficou na feira para promover sua mais recente produção. Com um olho no mercado de exportação, o filme é chamado de "Sedução em Santorini", em homenagem a uma das ilhas mais populares da Grécia.
 
Um retorno à moeda dracma - temida por muitos - traria à indústria mais um revés. Quase todos os brinquedos sexuais vendidos na Grécia são importados de países como a Alemanha ou a Polônia, e uma dracma desvalorizada tornaria os produtos inacessíveis.
 
"Um vibrador que agora custa € 20 custaria € 50", disse Passaris.
 
(Com informações da Reuters)