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Especialistas sugerem uso de cartão pré-pago na viagem de férias ao exterior

Aiana Freitas

Do UOL, em São Paulo

02/07/2012 06h00

Concentrar os gastos em cartões pré-pagos é a melhor opção para quem vai viajar para o exterior nas férias de julho, dizem especialistas em finanças pessoais.

Além de sofrerem uma incidência menor de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) do que os cartões de crédito tradicionais, os pré-pagos evitam que o consumidor fique à mercê das variações do dólar.

As constantes variações do dólar devem fazer com que o consumidor prefira levar apenas uma pequena quantia da moeda em espécie.

"O dólar ainda está flutuando muito. O ideal é levar apenas de 10% a 20% do valor total em espécie, para usar em gastos pequenos do dia a dia", diz o educador financeiro Reinaldo Domingos.

Para o restante dos gastos, diz Domingos, é interessante levar um cartão pré-pago para viagens, hoje oferecido pela grande maioria das operadoras. Esses cartões só podem ser carregados em moeda estrangeira e é preciso pagar 0,38% do valor da recarga de IOF.

Domingos sugere que cada consumidor tenha seu próprio cartão, e isso significa fornecer um também para cada criança da família, por exemplo. "Assim, cada um vai passar a se preocupar em controlar os gastos", diz.

Recarga do pré-pago deve ser feita aos poucos

Por causa das variações do dólar, o professor de finanças pessoais da Fiap (Faculdade de Informática e Administração Paulista) Marcos Crivelaro, sugere que a recarga do cartão seja feita aos poucos. Assim, o consumidor não corre o risco de sair perdendo caso faça toda a recarga de uma só vez e depois a cotação caia, por exemplo.

A consultora de finanças pessoais Suyen Miranda cita ainda outra vantagem do cartão pré-pago na comparação com a moeda em espécie: o fato de, em caso de roubo ou perda, ele poder ser cancelado imediatamente.

Esse é um benefício que também existe no caso de o consumidor optar por levar um cartão de crédito. Os cartões tradicionais, porém, têm algumas desvantagens. Um deles é a cobrança de IOF de 6,38% do valor da operação.

Calcule o IOF de suas compras no exterior com cartão de crédito

"Além disso, é preciso lembrar que comprar com cartão no exterior implica pagar a compra em uma única parcela. Não é como aqui no Brasil, onde a compra pode ser dividida sem juros", diz a consultora.

A possiblidade de ser surpreendido com o valor da fatura na volta da viagem é outra desvantagem, diz o professor Marcos Crivelaro, da Fiap. Isso pode acontecer porque o câmbio que será usado para calcular o valor da conta em reais será aquele do dia de vencimento da fatura –seu valor, portanto, é difícil de prever, especialmente numa época de muitas variações.

Cartão de crédito, só para emergências

Os especialistas aconselham, assim, que o cartão de crédito seja levado na mala, mas com o compromisso de ser usado apenas em casos de emergência.

Independentemente da programação de gastos, é necessário avisar a operadora de cartão sobre a viagem antes de sair do país. Caso não faça isso, o consumidor pode correr o risco de ter uma compra recusada por se tratar de uma movimentação muito atípica de valores, por exemplo.

Para o educador financeiro Reinaldo Domingos, também é preciso, de alguma forma, "se programar para gastos não programados". "É interessante levar um valor extra de mais ou menos 30% do que estava programado para a viagem. Esse dinheiro será usado em gastos extras, como presentes e passeios não planejados."