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Cesp volta a pedir que governo detalhe cálculo das indenizações

Do UOL, em São Paulo

07/12/2012 14h09

A Cesp voltou a pedir ao governo federal que detalhasse como calculou as indenizações que a empresa tem a receber pelos investimentos não amortizados em suas usinas de concessões não renovadas, já que considera que usou a mesma metodologia para chegar a valores superiores aos propostos.

"Eu não entendo por que não abrem (os cálculos) para mostrar para a gente. Nós usamos a mesma metodologia de Valor Novo de Reposição (VNR). As tabelas são as tabelas da Eletrobras. Ou há uma divegência na saída --quanto custa para produzir a usina-- ou no processo de depreciação", disse o presidente da Cesp, Mauro Arce, a jornalistas após evento.

Arce disse desconhecer qual taxa de depreciação da usina o governo considerou e reafirmou que poderá brigar na Justiça pela indenização que considera correta, se não concordar com os cálculos após o governo federal detalhar como chegou aos números.

Diante das condições que o governo apresentou, a Cesp decidiu não renovar as concessões das hidrelétricas Três Irmãos, Ilha Solteira e Jupiá, que representam cerca 70% da capacidade de geração de energia da companhia.

A Cesp calcula que tenha a receber cerca de R$ 7 bilhões em indenização por investimentos não amortizados nas usinas, enquanto o governo ofereceu cerca de R$ 1,8 bilhão.

O que as concessões das elétricas têm a ver com a conta de luz mais barata?

Na véspera do feriado de 7 de setembro, a presidente Dilma Rousseff anunciou que a conta de luz ficaria mais barata para consumidores e empresas a partir de 2013. A medida era uma reivindicação antiga da indústria brasileira para tornar-se mais competitiva em meio à crise global.

Para conseguir baixar a conta de luz, o governo precisou "mudar as regras do jogo" com as companhias concessionárias de energia, e antecipou a renovação dos contratos que venceriam entre 2015 e 2017. Em troca de investimentos feitos que ainda não tiveram tempo de ser “compensados”, ofereceu uma indenização a elas.

Algumas empresas do setor elétrico ofereceram resistência ao acordo, alegando que perderiam muito dinheiro.   

Desde o anúncio de Dilma, as ações de empresas ligadas ao setor passaram a operar em baixa na Bolsa de Valores, e algumas chegam a acumular queda de mais de 40% em dois meses. Com isso, o setor elétrico, que era historicamente atrativo por ter resultados e dividendos estáveis ou crescentes mesmo em crises econômicas, passou a ser alvo de desconfiança de investidores desde então no mercado acionário brasileiro.

(Com informações da Reuters)