Cesp volta a pedir que governo detalhe cálculo das indenizações
A Cesp voltou a pedir ao governo federal que detalhasse como calculou as indenizações que a empresa tem a receber pelos investimentos não amortizados em suas usinas de concessões não renovadas, já que considera que usou a mesma metodologia para chegar a valores superiores aos propostos.
"Eu não entendo por que não abrem (os cálculos) para mostrar para a gente. Nós usamos a mesma metodologia de Valor Novo de Reposição (VNR). As tabelas são as tabelas da Eletrobras. Ou há uma divegência na saída --quanto custa para produzir a usina-- ou no processo de depreciação", disse o presidente da Cesp, Mauro Arce, a jornalistas após evento.
Arce disse desconhecer qual taxa de depreciação da usina o governo considerou e reafirmou que poderá brigar na Justiça pela indenização que considera correta, se não concordar com os cálculos após o governo federal detalhar como chegou aos números.
Diante das condições que o governo apresentou, a Cesp decidiu não renovar as concessões das hidrelétricas Três Irmãos, Ilha Solteira e Jupiá, que representam cerca 70% da capacidade de geração de energia da companhia.
A Cesp calcula que tenha a receber cerca de R$ 7 bilhões em indenização por investimentos não amortizados nas usinas, enquanto o governo ofereceu cerca de R$ 1,8 bilhão.
O que as concessões das elétricas têm a ver com a conta de luz mais barata?
Na véspera do feriado de 7 de setembro, a presidente Dilma Rousseff anunciou que a conta de luz ficaria mais barata para consumidores e empresas a partir de 2013. A medida era uma reivindicação antiga da indústria brasileira para tornar-se mais competitiva em meio à crise global.
Para conseguir baixar a conta de luz, o governo precisou "mudar as regras do jogo" com as companhias concessionárias de energia, e antecipou a renovação dos contratos que venceriam entre 2015 e 2017. Em troca de investimentos feitos que ainda não tiveram tempo de ser “compensados”, ofereceu uma indenização a elas.
Algumas empresas do setor elétrico ofereceram resistência ao acordo, alegando que perderiam muito dinheiro.
Desde o anúncio de Dilma, as ações de empresas ligadas ao setor passaram a operar em baixa na Bolsa de Valores, e algumas chegam a acumular queda de mais de 40% em dois meses. Com isso, o setor elétrico, que era historicamente atrativo por ter resultados e dividendos estáveis ou crescentes mesmo em crises econômicas, passou a ser alvo de desconfiança de investidores desde então no mercado acionário brasileiro.
(Com informações da Reuters)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.