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Economist 'explica' otimismo dos brasileiros mesmo com economia ruim

Do UOL, em São Paulo

08/05/2013 16h01

A revista de economia britânica "The Economist" publicou nesta terça-feira (7) em seu site um artigo em que tenta responder à pergunta: "O Brasil não está crescendo - então por que os brasileiros estão tão felizes?" (Texto original, em inglês)

O artigo afirma que o crescimento do país perdeu fôlego desde que o analista do Goldman Sachs, Jim O'Neill, cunhou a expressão BRICs, em 2001, para designar os países com grande potencial de desenvolvimento econômico sustentável (Brasil, Rússia, Índia e China).

Apesar disso, os brasileiros estão muito felizes, de acordo com o artigo, que cita pesquisas do IPEA para afirmar que entre dois terços e três quartos das famílias atestam otimismo quanto ao aumento de renda no próximo ano.

Uma das hipóteses levantadas pela revista é a de que, apesar do baixo crescimento econômico, o orçamento familiar tem aumentado consideravelmente. 

O baixo desemprego e o aumento da renda, além de uma rede de assistência social que está resgatando milhões de pessoas da pobreza, explicariam a diferença entre o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), que foi de apenas 0,9% em 2012, e o otimismo do povo brasileiro.

O texto ressalta, no entanto, que, com as taxas de expansão atuais, o otimismo pode não se sustentar.

A revista afirma que o cenário atual é resultado da estabilização econômica e universalização do ensino básico na década de 1990, e das medidas de redistribuição de renda adotadas mais recentemente.

No entanto, a "Economist" lembra que o país ainda é "dolorosamente desigual", e que são os brasileiros mais pobres que têm de arcar com a maior carga de impostos, além de serem os que menos recebem retorno em gastos do governo.

A revista alerta que, se a renda continuar a aumentar, os brasileiros cujos empregos podem ser realizados por trabalhadores em outros países logo ficarão de fora do mercado de trabalho, por distorções salariais.

Além disso, educação e infraestrutura ineficientes e a burocracia levam o trabalhador médio brasileiro a ser três vezes menos produtivo que o americano médio.

A conclusão do artigo afirma que, para que o desenvolvimento econômico do país seja realmente sustentável, é preciso que o PIB seja muito maior. O texto faz parte da seção "Economist Explica", que aceita sugestões de leitores sobre temas a serem abordados.