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CVC, Ri Happy e outras marcas famosas abrem franquia; veja mais opções

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

14/06/2013 06h00

Para acelerar a expansão de suas redes e alcançar cidades do interior, marcas antigas no mercado estão aderindo ao modelo de franquias. CVC (agência de turismo), Havaianas (chinelos), e Ri Happy (brinquedos) são exemplos de redes que recentemente entraram para o franchising.

Segundo a presidente da ABF (Associação Brasileira de Franchising), Cristina Franco, o momento favorável do setor de franquias tem atraído grandes marcas e indústrias para este mercado.

Só no ano passado, o setor faturou R$ 103,2 bilhões, alta de 16,2% em relação a 2011 (R$ 88,8 bilhões).

De acordo com a presidente da ABF, ao franquear o negócio, a empresa aumenta sua presença no mercado, se aproxima do público e ganha valor de marca. “A soma disso tudo é o aumento das vendas e do faturamento da rede”, diz.

A CVC, por exemplo, aderiu ao sistema de franquias em dezembro de 2012, quando já tinha mais de 700 unidades em operação. Havaianas, que antes apenas produzia chinelos, passou a franquear lojas com produtos próprios.

“Além das redes de varejo que estão franqueando suas unidades, há um movimento grande de indústrias para o setor de franquias”, declara Franco.

O gerente do Sebrae-SP (Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa), Arthur Achôa, segue a mesma linha de raciocínio. Para ele, a possibilidade de abrir novas lojas com capital de terceiros é um grande atrativo no franchising.

“Muitas marcas viram potencial de mercado em regiões menores, principalmente no interior do país. Então, elas utilizam as unidades franqueadas para atender estas localidades”, diz.

Já a Ri Happy, segundo o diretor de expansão e novos negócios da empresa, Renato Floh, busca atingir mercados que antes não eram o foco da rede, como as cidades do interior.

“Com o modelo de franquias conseguiremos acelerar nosso plano de expansão, atingindo cidades menores que não seriam prioritárias para a abertura de lojas próprias”, afirma.

Cuidados ao escolher uma franquia

Tempo de mercadoVerifique há quanto tempo a rede atua no mercado. Se a franquia for nova, veja o número de unidades próprias. É por meio delas que a franqueadora adquire experiência e conhecimento da área que irá transmitir aos franqueados
Pesquisa com franqueadosAs redes são obrigadas a apresentar a COF (Circular de Oferta de Franquia) para os interessados. O documento deve indicar endereço, nome e telefone de franqueados e ex-franqueados. É importante ligar para o maior número possível para saber sobre investimento, faturamento, tempo de retorno e lucro
FaturamentoDesconfie de número fantásticos. O ideal é avaliar mais de uma franquia do setor que deseja ingressar para ver se os números são similares. Segundo a ABF, o lucro varia de 10% a 15% sobre o faturamento
Prazo de retornoA ABF trabalha com o prazo de retorno de 18 a 24 meses para microfranquias, que exigem um investimento mais baixo, e de 36 meses para franquias, que necessitam de investimento maior
Assinatura de contratoO negócio só pode ser fechado após o prazo de 10 dias da entrega da COF. O objetivo é evitar a assinatura por impulso. A COF informa o número de franqueados ativos e inativos (nos últimos 12 meses), com telefone, ações judiciais contra a empresa e estimativa de investimento, faturamento etc.

Com marca conhecida, risco pode ser menor

Para a diretora de marketing do Grupo Bittencourt, consultoria em franchising, Lyana Bittencourt, ter nome no mercado reduz os riscos de fracasso da operação. No entanto, ela afirma que ainda assim o interessado em se tornar franqueado precisa tomar alguns cuidados.

Segundo Bittencourt, é importante checar o suporte oferecido pela rede. “Por ter um grande número de lojas próprias, pode ser que a matriz dê menos importância aos franqueados. A importância para os dois canais de venda deve ser a mesma”, afirma.

A consultora afirma que quando as empresas aderem ao franchising criam departamentos separados para vender a franquia e dar suporte ao franqueado.

“Esse é um sinal positivo. Algumas empresas criam até outro CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) para franquear o negócio, pois além de facilitar a contabilidade, o foco de atuação é diferente”, declara.

Quando a marca começa a franquear o negócio, os primeiros franqueados podem conseguir taxas mais baixas e localizações privilegiadas, de acordo com Bittencourt. No entanto, o risco do investimento é maior porque não há o comparativo com outras unidades.

"Para ter mais segurança, o empreendedor pode verificar o balanço da empresa franqueadora, que é obrigatório estar na COF (Circular de Oferta de Franquia) e conhecer lojas próprias da rede. Mas, os gerentes das lojas podem se negar a fornecer dados sobre faturamento por serem funcionários e não donos do negócio", declara.

Feira do setor termina amanhã em São Paulo

A ABF (Associação Brasileira de Franchising) e a BTS promovem, até sábado (15), a 22ª edição da ABF Franchising Expo. A expectativa é que o evento receba 62 mil participantes e movimente R$ 450 milhões em novos negócios.

Ao todo, 420 marcas participarão da feira, sendo que 48 expõem pela primeira vez. A exposição ocupa os pavilhões Azul e Branco do Expo Center Norte, na capital paulista.

Serviço: 

22ª ABF Franchising Expo
Local: Expo Center Norte – Pavilhões Azul e Branco
Endereço: Rua José Bernardo Pinto, 333 – Vila Guilherme – São Paulo – SP
Horário: Até amanhã (15) das 11h30 às 18h30
Preço: R$ 60
Mais informações: www.abfexpo.com.br