Rombo nas contas externas mais que dobra em julho, para US$ 6,2 bilhões
A diferença das transações de mercadorias e serviços do Brasil com os outros países ficou negativa em US$ 6,2 bilhões em julho. O rombo é mais que o dobro do registrado em junho, de R$ 2,547 bilhões, mas representa uma melhora em relação a julho de 2014, quando atingiu US$ 9,3 bilhões.
Os dados são do Banco Central e foram divulgados nesta terça-feira (25).
O cálculo do indicador considera, além das importações e exportações registradas pela balança comercial, os gastos com serviços e as rendas.
De janeiro a julho deste ano, as chamadas transações correntes têm resultado negativo de US$ 44,094 bilhões. No mesmo período do ano passado, esse deficit chegou a US$ 58,332 bilhões. Para o ano, o BC estima rombo de US$ 81 bilhões, ou 4,17% do PIB.
No acumulado em 12 meses, a diferença entre o que país gastou e o que recebeu nas transações internacionais ficou negativa em US$ US$ 89,4 bilhões, o equivalente a 4,34% do PIB (Produto Interno Bruto) estimado pelo BC. Nos 12 meses encerrados em junho, o resultado tinha sido negativo também, equivalente a 4,36% do PIB.
Desde abril, o BC passou a divulgar as estatísticas externas sob nova metodologia internacional. Por ora, os dados da série história foram revisados até janeiro de 2014.
Balança comercial ficou positiva
No mês passado, a conta de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos, seguros, entre outros) contribuiu para o resultado negativo, com US$ 3,336 bilhões de deficit. Na conta de renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários), o saldo negativo ficou em US$ 5,214 bilhões.
A conta de renda secundária (renda gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) apresentou resultado positivo de US$ 241 milhões, assim como a balança comercial (exportações e importações), de US$ 2,146 bilhões.
Investimento direto
Quando o país tem deficit em conta-corrente, ou seja, gasta além da renda do país, é preciso financiar esse resultado com investimentos estrangeiros ou tomar dinheiro emprestado no exterior. O investimento direto no país (IDP), recursos que entram no Brasil e vão para o setor produtivo da economia, é considerado a melhor forma de financiar por ser de longo prazo.
Em julho, esse tipo de investimento chegou a US$ 5,594 bilhões, abaixo do resultado de julho de 2014 (US$ 9,485 bilhões).
Com isso, o acumulado em 12 meses fica em US$ 78, 397 bilhões. Para 2015, o BC prevê ingresso de US$ 80 bilhões, ou 4,12% do PIB, contra US$ 96,851 bilhões em 2014, 4,13% do PIB.
(Com agências)
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