Juros ao consumidor sobem; rotativo do cartão chega a 414% ao ano, diz BC
Os juros do rotativo do cartão de crédito subiram novamente e atingiram 414,3% em setembro, o que representa um avanço de 10,8 pontos percentuais na comparação com agosto, e um salto de 82,7 pontos em relação a setembro de 2014.
A taxa de juros do cheque especial também subiu e atingiu 236,7% ao ano em setembro, alta de 10,5 pontos percentuais em relação a agosto e de 80,2 pontos na comparação com setembro do ano passado.
Os dados são referentes apenas a juros cobrados de pessoas físicas e foram divulgados nesta terça-feira (27) pelo Banco Central.
Esses são números médios e podem variar para cada situação específica, porque os bancos oferecem taxas diferentes de acordo com o plano contratado pelo cliente e a relação entre eles (quem tem mais dinheiro no banco paga menos taxas).
Algumas taxas registraram leve queda de agosto para setembro. Confira a variação de outras modalidades de crédito monitoradas pelo BC:
- Aquisição de veículos: de 24,8% ao ano em agosto para 25,6% ao ano em setembro;
- Aquisição de outros bens: de 86,7% ao ano em agosto para 86,6% ao ano em setembro;
- Cartão de crédito parcelado: de 129,2% ao ano em agosto para 129% ao ano em setembro;
- Crédito renegociado: de 44,9% ao ano em agosto para 45,6% ao ano em setembro;
- Crédito pessoal consignado: de 27,8% em agosto para 27,6% em setembro;
- Crédito pessoal não-consignado: de 119,9% ao ano em agosto para 118,3% ao ano em setembro.
Médias dos juros para as famílias sobe a 61,2%
A média da taxa de juros cobrada das famílias subiu 1,1 ponto percentual de agosto para setembro, alcançando 62,3% ao ano no mês passado, com destaque para o cheque especial e o rotativo do cartão de crédito.
Para as empresas, a taxa média de juros foi de 29,3% ao ano, uma alta de 0,6 ponto percentual em relação a agosto, destacando-se as altas em capital de giro (avanço de 0,8 ponto) e conta garantida (alta de 1,3 ponto).
Essas taxas se referem aos recursos livres, em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros. Não incluem, portanto, financiamento imobiliário, crédito rural e empréstimos do BNDES.
Ganho dos bancos encolhe no mês, mas sobe no ano
Depois de cinco meses seguidos de avanço, caiu em setembro o ganho médio dos bancos (chamado de spread bancário), que é a diferença entre os juros que os bancos pagam pelo dinheiro e o que eles cobram dos clientes.
Esse ganho foi de 18,5 pontos percentuais em setembro, queda de 0,3 ponto no mês, mas alta de 3,6 pontos em 12 meses.
Nas operações de crédito para as empresas, houve queda de 0,6 ponto, para 9,9 pontos ao ano. No crédito para as famílias, o recuo foi de 0,2 ponto, para 26,3 pontos.
Calotes ficam estáveis
O número de dívidas com mais de 90 dias de atraso ficou estável em setembro na comparação com agosto, em 3,1%, mantendo-se no nível mais alto em mais de dois anos. Em 12 meses, houve alta de 0,2 ponto.
No segmento de recursos livres, que conta com taxas definidas livremente pelas instituições financeiras, a inadimplência foi de 4,9% em setembro, mesmo patamar de agosto. Trata-se do nível mais alto desde maio de 2013, quando havia alcançado 5,1%.
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