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Reforma da Previdência vira marchinhas e samba-enredo no Carnaval; assista

Carnaval de protesto do Sindicato Nacional dos Aposentados, em 30/1, em São Paulo - Tiago Santana
Carnaval de protesto do Sindicato Nacional dos Aposentados, em 30/1, em São Paulo Imagem: Tiago Santana

Claudia Varella

Colaboração para o UOL, em São Paulo

08/02/2018 04h00

Os protestos contra a reforma da Previdência viraram samba-enredo e marchinhas de Carnaval deste ano.

A marchinha “Vota, mas não volta” foi produzida por 16 entidades, entre elas o Sindilegis (Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União).

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A marchinha é um “alerta” aos deputados que votarem a favor da reforma e deverá ser tocada por blocos no Rio de Janeiro, diz o Sindilegis. Seus versos dizem: “Seu deputado, seu senador/ Tome cuidado/ Olha a revooolta!/ Pois se votar na reforma do Temer/ vota, mas não volta”.  

"As marchinhas de Carnaval são uma expressão da nossa cultura e muitas vezes refletem o momento político do país. A nossa vem dizer que o brasileiro não é bobo e não vai engolir essa reforma. Vamos sepultar os mandatos daqueles que sepultarem os nossos direitos", afirma Petrus Elesbão, 53, presidente do Sindilegis.

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Marchinha "Não vá mexer na nossa Previdência"

Alegando falta de autoridade moral e ética dos deputados e senadores para votar a reforma da Previdência, quatro entidades sindicais idealizaram a marchinha "Não vá mexer na nossa Previdência", com versos assim: “Seu deputado, seu senador/ Não vai mexer na nossa Previdência/ Não tem conversa e nem reforma (não)/ Com voto de quem tá metido em corrupção”.

O protesto em forma de marchinha de Carnaval foi criado pela Pública Central do Servidor, pelo Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado), pela Asfoc (Associação dos Servidores da Fundação Oswaldo Cruz) e pela Febrafisco (Federação Brasileira de Sindicatos das Carreiras da Administração Tributária da União, Estados e Distrito Federal).

As entidades dizem que a maior parte do Congresso “está comprometida em processos de corrupção privada, pública e eleitoral, não tendo, portanto, capacidade isenta de analisar qualquer tipo de projeto com visão de cidadania de fato”.

Em outro trecho, a marchinha diz: “Assunto sério só trato com gente séria/ Na Previdência, eles não vão meter a mão/ Não tem debate pra tratar do meu futuro/Só com o passado limpo e uma nova eleição”.

“É razoável que, faltando menos de um ano de governo, a reforma da Previdência seja abordada somente após as eleições, por um Congresso e uma Presidência novamente legitimados”, afirma Nilton Paixão, 54, presidente da Pública Central do Servidor.

Segundo ele, a marchinha deverá ser tocada neste Carnaval pelo Pacotão, bloco tradicional de Brasília, e também por blocos em São Paulo e Recife (PE).

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Samba-enredo e até escola de samba

O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos, da Força Sindical, não só lançou um samba-enredo como também organizou um “Carnaval de protesto”, com a criação da escola de samba Unidos dos Aposentados. O protesto aconteceu na av. Paulista, em São Paulo, no dia 30 de janeiro, e reuniu cerca de 2.000 pessoas, segundo a entidade.

O samba-enredo "Quem lutou a vida inteira exige mais respeito" traz um recado aos políticos: “Alô, seu deputado, tenha consciência/ Não flagele o nosso povo reformando a Previdência/ Alô, seus governantes, tenham consciência/ Não flagele a nossa gente reformando a Previdência”.

E o refrão diz: “Vem pra rua, que essa luta é social... é Carnaval! / Quem lutou a vida inteira exige mais respeito/ Aposentado tem os seus direitos”.

"Tentamos inovar fazendo um protesto em forma de Carnaval, para chamar a atenção da sociedade e também dos nossos dirigentes, e mostrar a nossa indignação com essa reforma da Previdência que está aí”, declara Marcos Bulgarelli, 63, presidente do sindicato.

A escola de samba Unidos dos Aposentados era composta por dez alas temáticas, como “enterro da Previdência” (todos de colete preto e carregando caixões), “custo de vida” (colete vermelho) e “injustiça” (colete roxo). 

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