País tem mais de 10 mil start-ups, diz entidade; setor de marketing cresce
O mercado brasileiro já conta com mais de 10 mil start-ups, segundo levantamento da Associação Brasileira de Startups (Abstartups).
A entidade identificou que, das 10.365 novas empresas de tecnologia no país, quase metade (4.717, ou 45,5%) está sediada na região Sudeste. Mas Amure Pinho, presidente da associação, afirmou que há um crescimento do número de cidades de destaque fora de eixos tradicionais, como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. "Novos centros já estão conseguindo reter os profissionais mais talentosos", disse o executivo.
Além dos locais que já reúnem diversas start-ups, como o Porto Digital, em Recife (PE), e o TecnoPuc, em Porto Alegre (RS), o executivo aponta outras cidades que estão desenvolvendo novos negócios.
"A localização geográfica, em alguns casos, é de extrema importância. Notamos o desenvolvimento de cidades como Fortaleza e Juazeiro do Norte, no Ceará, além de Campina Grande e João Pessoa, na Paraíba. São locais com um grande potencial", afirmou.
Número de start-ups de marketing tem crescido
A Abstartups contabilizou 328 "martechs" (start-ups que unem iniciativas de marketing e tecnologia) no país. Segundo Pinho, muitas das novas empresas que trabalham com marketing estão focadas em soluções de relacionamentos com o consumidor, ferramentas de tendências sobre consumo e geração de conteúdo.
"O que está na moda entre as "martechs" são os aprendizados a partir da análise de dados do consumidor, produção e automação de conteúdo e a gestão de relacionamento (CRM, na sigla em inglês). A tendência é a criação de ferramentas de relacionamento com o público", declarou Pinho.
Nos outros setores, o executivo aponta um grande crescimento na criação de soluções para o consumidor final. Nos últimos cinco anos, grande parte das start-ups que surgiam era B2B, ou seja, voltada para empresas. Agora, a Abstartups identificou o crescimento de ferramentas para o público B2C, consumidor final.
"Temos muitas start-ups voltadas para os setores de logística, alimentação, agronegócio e educação. Elas também começaram a resolver os problemas de mercado interno. Hoje, a população precisa de soluções rápidas, como Rappi e iFood (aplicativos de entregas)", afirmou Amure.
No mercado internacional, start-ups assim já fazem parte do dia a dia de grandes empresas. A P&G, por exemplo, tem um braço de investimento que apostou em cerca de 130 start-ups --esperando que algumas delas criem algo de extrema relevância para o consumidor.
"Queremos fazer novas conexões e tornar nosso negócio disruptivo de uma forma construtiva. Estamos usando o conceito para aperfeiçoar produtos, e as start-ups estão usando o modelo B2C para monetizar e criar seu negócio", disse Marc Pritchard, diretor de marketing global da Procter & Gamble, em entrevista recente ao "AdvertisingAge".
Financiamento coletivo de start-ups
Investir em start-ups não é possível apenas para grandes companhias. Existem alguns projetos que ficam em plataformas do chamado equity crowdfunding (ou financiamento coletivo de empresas). É uma nova modalidade de investimento, que permite aplicar diretamente em start-ups, tornando-se um pequeno sócio delas. Os investimentos mínimos são baixos, de até R$ 1.000.
Segundo a Equity, associação das plataformas do setor no Brasil, o volume de investimentos em start-ups por financiamento coletivo em 2018 cresceu quatro vezes em um ano: passou de uma média de R$ 5 milhões ao ano para R$ 20 milhões, de acordo com dados de julho.
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