Prévia da inflação acelera para 0,09% em julho; em 12 meses vai a 3,27%
Afonso Ferreira
Do UOL, em São Paulo
23/07/2019 09h04Atualizada em 23/07/2019 10h02
O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), acelerou para 0,09% em julho, após ter sido de 0,06% em junho. Em julho do ano ano passado, a taxa havia sido de 0,64%.
O acumulado no ano ficou em 2,42% e, em 12 meses, em 3,27%. Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Gasolina cai, mas passagem aérea sobe
O índice foi puxado para baixo pelo grupo de transportes, que caiu 0,44% em relação a junho, contribuindo com uma redução de 0,08 ponto percentual (p.p.).
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Os transportes também foram responsáveis pelos principais impactos individuais tanto para baixo, devido ao preço da gasolina, com queda de 2,79% (-0,12 p.p.), quanto para cima, por conta das passagens aéreas, que subiram 18,1% (0,07 p.p.).
Preço do feijão cai pelo 4º mês
O grupo alimentação e bebidas teve ligeira alta de 0,03%, após cair 0,64% no mês anterior. A batata-inglesa (8,3%) e a cebola (12,81%) subiram em julho e contribuíram, cada uma, com 0,02 p.p. no IPCA-15 de julho.
No lado das quedas, o destaque mais uma vez foi o feijão-carioca (-12,47%), cujos preços caíram pelo quarto mês seguido. As frutas (-1,22%) e o leite longa vida (-0,96%) também tiveram deflação em julho. O leite havia subido 2,8% em junho.
Juros X Inflação
Os juros são usados pelo BC para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar a queda dos preços. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo.
Na última reunião, o Comitê de Política Monetária do BC decidiu manter a taxa de juros em 6,5% ao ano, no menor nível da história (o Copom foi criado em 1996).
Metodologia
O IPCA-15 refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.
A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, considerada a inflação oficial; a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
(Com Reuters)