Articulador da Previdência, Rogério Marinho assume Desenvolvimento
Resumo da notícia
- Titular, Gustavo Canuto foi criticado por deputados do centrão por atrasos em repasses ao programa Minha Casa Minha Vida
- Canuto ficará responsável pelo Dataprev, que processa o pagamento de aposentadoria do INSS
- Rogério Marinho era secretário especial de Previdência; foi um dos principais articuladores para aprovar reforma da Previdência
- Ministério do Desenvolvimento é chave para eleições municipais
- Pasta controla programa Minha Casa Minha Vida e projeto de Integração do rio São Francisco, entre outros
- Secretário especial adjunto de Previdência, Bruno Bianco, assume lugar de Marinho
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) alçou o secretário especial de Previdência, Rogério Marinho, ao posto de ministro do Desenvolvimento Regional. O titular, Gustavo Canuto, foi criticado por deputados do centrão no ano passado, em razão de atrasos em repasses ao programa Minha Casa Minha Vida.
A troca foi oficializada em um decreto assinado pelo presidente. Marinho é ex-deputado pelo PSDB, tem habilidade de negociação e foi um dos principais articuladores do governo para aprovação da reforma da Previdência, junto com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O agora ministro tem trânsito junto às principais lideranças do Congresso e assume a pasta que é chave para as eleições municipais. O Ministério do Desenvolvimento é responsável pelo maior programa de moradias populares, o Minha Casa Minha Vida, o projeto de Integração do Rio São Francisco e outras obras.
Em nota, o Ministério da Economia confirmou que o secretário especial adjunto de Previdência, Bruno Bianco, assumirá o lugar de Marinho.
Bolsonaro elogiou o novo ministro em transmissão ao vivo, realizada nas redes sociais, na noite hoje. "O novo ministro do Desenvolvimento Regional, o Rogério Marinho, ele foi escolhido pela sua competência, pelo que tem a oferecer, para dar continuidade ao trabalho do Canuto, que está indo para o Dataprev. Tenho certeza que o Marinho fará um brilhante trabalho", disse o presidente.
Pressão sobre ex-titular
Nesta semana, ainda com incômodo de alguns partidos da Câmara, havia uma sinalização de que o MDB poderia convocar o ministro Canuto para dar explicações sobre programas de moradia popular junto aos parlamentares.
Ao longo de 2019, partidos do centrão —grupo informal formado por DEM, PP, Republicanos, PL, PSD, Solidariedade e MDB— pressionaram o ministro. Houve tentativa de negociar a saída de Canuto com o governo Bolsonaro para construir apoio em torno da Previdência. A proposta, no entanto, não se concretizou.
Canuto é o quinto ministro que perde a função sob Bolsonaro. Ano passado caíram três nomes da Secretaria-Geral: Gustavo Bebbiano (Secretaria-Geral), Santos Cruz e Floriano Peixoto. Hoje está no posto o ministro Luiz Eduardo Ramos. Outra troca foi a de Ricardo Vélez Rodrigues, na Educação, atualmente sob Abraham Weintraub.
Canuto vai para o Dataprev
Bolsonaro disse, na chegada ao Palácio do Alvorada, que Canuto ficará responsável pelo Dataprev. A empresa pública é responsável pela coleta de dados de diferentes serviços e processamento de pagamentos para 34,5 milhões de benefícios previdenciários. O órgão também cuida da aplicação online que faz a liberação do seguro-desemprego.
"[Canuto] foi selecionado [para o Dataprev] por ser um dos melhores quadros para equalizar tecnicamente os desafios enfrentados pelo INSS. Em consequência, o senhor presidente da República, Jair Bolsonaro, nomeou nesta data, Rogério Marinho para o cargo de ministro do Desenvolvimento Regional", confirmou o porta-voz, Otávio Rego Barros, em breve comunicado no Palácio do Planalto.
O INSS vive uma crise, com falta de funcionários e atrasos em procedimentos para verificação e liberação de aposentadorias e benefícios. Na semana passada, o então presidente do órgão, Renato Vieira, foi tirado da função. O comando foi preenchido por Leonardo Rolim.
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