Prorrogação de quarentena provocará recessão histórica na França
Com a decisão do governo francês de prolongar até 11 de maio a quarentena no país, a crise econômica provocada pela epidemia de coronavírus será muito mais profunda do que previsto inicialmente. A França registrará uma queda do PIB de 8% em 2020, e um déficit público de menos 9% em decorrência da crise do coronavírus informaram nesta terça-feira (14) os ministros da Economia, Bruno Le Maire, e do Planejamento, Gérard Darmanin.
Depois do pronunciamento à nação na noite desta segunda-feira (13) do presidente Emmanuel Macron anunciando o fim da quarentena na França a partir de 11 de maio, a equipe econômica do governo teve que refazer as contas sobre o impacto dessa crise. A prolongação do confinamento geral por quase mais um mês vai agravar muito "as contas públicas", afirmou Gérard Darmanin à rádio France Info. O déficit estimado inicialmente em 7,6% do PIB será de 9%. "Nunca desde o final da Segunda Guerra Mundial nosso país teve tamanho déficit", declarou o ministro.
A previsão de recessão também foi revisada. No início da epidemia e das medidas de restrições adotadas no país, o governo previa um recuo de 6% do PIB neste ano. Agora, os novos cálculos apontam para uma contração de 8% em 2020, detalhou Bruno Le Maire.
O ministro da Economia também anunciou a ampliação de medidas de ajuda aos trabalhadores e empresas impactados pela quarentena. A ajuda às firmas que correm o risco de falir passará de 1.500 euros para 5.000 euros. O envelope total dessa ajuda será de 7 bilhões de euros. Le Maire indicou que 900 mil empresas francesas já se inscreveram para receber o benefício. Cerca de 8 milhões de pessoas estão no desemprego temporário a um custo estimado agora de 24 bilhões de euros
Bruno Le Maire indicou que o "esforço público de ajuda à economia será superior a 100 bilhões de euros. Em consequência, a dívida atingirá ao menos 112% do PIB. Aos que criticam o endividamento excessivo, o ministro defende "uma escolha estratégica do governo que visa salvar a economia do país".
A rádio France Info calcula que o confinamento custa 1 bilhão de euros por dia aos cofres públicos. Mas Gérard Darmanin previne que estas previsões podem evoluir e serem ainda piores. "Ainda não estamos no fim dessa crise da Covid-19. Os dados que damos agora são apenas indicativos", salientou.
Fim da quarentena por etapas
Os franceses sairão da quarentena por etapas a partir de 11 de maio, revelou Emmanuel Macron. Para retornar ao trabalho, todas as pessoas terão acesso a uma máscara de tecido reutilizável e poderão fazer testes PCR se apresentarem sintomas da Covid-19.
Além do aprofundamento da crise econômica, as medidas anunciadas por Macron deixam vários setores preocupados. Os professores criticam a reabertura das escolas no dia 11 de maio, já que as crianças podem ser vetores de transmissão do vírus. Universidades, restaurantes, hotéis e salas de espetáculos continuarão fechados por tempo indeterminado. A epidemia se estabiliza na França, depois de matar quase 15.000 pessoas.
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