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Sergio Gordilho, copresidente da Africa: "Marcas buscam suas verdades"

Renato Pezzotti

Colaboração para o UOL, em São Paulo

23/04/2020 04h01

Sergio Gordilho, copresidente da agência Africa, é o entrevistado do podcast Mídia e Marketing, publicado nesta semana. Na entrevista, o executivo fala sobre o novo momento que as agências de publicidade estão atravessando, ao incorporar a utilização de dados na criatividade. Vale ressaltar que a entrevista foi gravada antes da chegada da pandemia do coronavírus.

"As marcas que não estão entendendo a criatividade nos três pilares de intimidade, relações e o lado artístico, estão se perdendo. A gente não pode deixar a ciência cegar a criatividade. Você começa a achar dados tão fantásticos que começa a esquecer de criatividade. E o dado só é o novo petróleo se ele for decantado e transformado em gasolina", diz (no vídeo acima, o trecho está a partir de 23:57).

"As pessoas querem ter experiências com as marcas. Elas não querem apenas comprar a marca. Durante muito tempo, a publicidade quis buscar histórias para vender para o consumidor. Agora, marcas buscam suas verdades para compartilhar", afirma Gordilho (o trecho está a partir de 5:43).

Sobre o novo momento que as agências de publicidade estão enfrentando, Gordilho é categórico. "A gente sabe que existe hoje uma fobia em relação às agências. Durante muito tempo, essa fobia fez com que o nome 'agência' fosse uma palavra negativa. Isso vem se transformando porque as marcas estão entendendo que ou elas usam a criatividade ou viram commodities. Hoje é mais importante inovar do que inventar. A publicidade está encontrando esse seu caminho", diz (a partir de 9:27).

Para o executivo, a criatividade não pode esquecer o lado de negócios do setor. "Acredito que o criativo tem que ter o foco no resultado. A cultura da minha agência é baseada em três coisas: foco no resultado, ambição criativa global e paixão de fazer as coisas acontecerem. No final do dia, o que diferencia um publicitário de um artista é exatamente isto" (a partir de 1:54).

"As marcas que não estão entendendo três pilares, de intimidade, de relacionamento e o lado artístico, estão se perdendo. A gente não pode deixar a ciência cegar a criatividade. O dado só é o novo petróleo se for decantado e transformado em gasolina. Para virar gasolina, o dado precisa de criatividade. Ao mesmo tempo, ou as agências se transformam em "tech companies" ou vão virar "dead companies", afirma Gordilho (a partir de 23:50).

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