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'Prévia da inflação' acelera em dezembro e é a maior para o ano desde 2016

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Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

22/12/2020 09h04Atualizada em 22/12/2020 10h19

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), acelerou a 1,06% em dezembro, após ficar em 0,81% em novembro. Em dezembro de 2019, o indicador ficou em 1,05%.

Assim, o IPCA-15 fecha o ano com alta de 4,23%. Esse é o maior nível acumulado em um ano desde 2016 (6,58%). Em 2019, o índice acumulou avanço de 3,91%.

Com isso, a inflação deve encerrar o ano acima da meta do governo, que é de 4%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, ou seja, podendo variar entre 5,5% e 2,5%.

Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Alimentos sobem 14,36% no ano

O grupo Alimentação e Bebidas teve a maior variação (2%) e o maior impacto (0,42 ponto percentual) sobre o indicador no mês. Com isso, os alimentos encerraram 2020 com alta acumulada de 14,36%, a maior para um ano desde 2002, quando registrou 18,11%.

A alta desse grupo foi impulsionada pelo aumento dos alimentos para consumo no domicílio (2,57%), com destaque para carnes (5,53%), arroz (4,96%) e frutas (3,62%).

A batata-inglesa (17,96%) e o óleo de soja (7%) também subiram na prévia da inflação de dezembro, mas apresentaram desaceleração na comparação com novembro, quando registraram altas de 33,37% e 14,85%, respectivamente.

Entre as quedas no grupo, os destaques foram o tomate (-4,68%), o alho (-2,49%) e o leite longa vida (-0,74%).

Conta de luz pesa no mês

A segunda maior variação do IPCA-15 de dezembro veio do grupo Habitação (1,5%), contribuindo com 0,23 p.p. no índice.

A principal influência do grupo foi a alta do item energia elétrica (4,08%), puxada pela volta da bandeira vermelha patamar 2, com acréscimo de R$ 6,243 a cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos, após dez meses consecutivos de bandeira verde —em que não há cobrança adicional.

Passagem área dispara

O grupo de Transportes (1,43%) apresentou o segundo maior impacto (0,29 p.p.) no IPCA-15 de dezembro, acelerando em relação a novembro (1%).

A maior contribuição (0,14 p.p.) veio das passagens aéreas, que subiram 28,31%. Além disso, os combustíveis (2,4%) registraram aumento frente a novembro, com destaque para a gasolina (2,19%) e o etanol (4,08%).

Juros x inflação

Para tentar controlar a inflação, o Banco Central pode usar a taxa de juros. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e estimular a queda de preços. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para impulsionar o consumo.

Na última reunião, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve a taxa básica de juros (Selic) em 2% ao ano, o menor patamar desde o início da série histórica, em 1996.

Metodologia

O IPCA-15 refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.

A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, considerada a inflação oficial; a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.