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Laura Florence, do More Grls: Diversidade mexe com negócios das empresas

Renato Pezzotti

Colaboração para o UOL, em São Paulo

21/01/2021 04h01

Uma mudança de cultura e a busca por maior diversidade em suas equipes são temas urgentes no mercado publicitário nacional.

Para falar sobre o assunto, o episódio #68 do podcast Mídia e Marketing recebe Laura Florence, cofundadora da plataforma More Grls, ferramenta que conecta criativas a empresas, e diretora executiva de criação da agência Havas Health&You.

"O mercado ainda vê a diversidade como uma pauta social. Mas a diversidade é um problema de negócio —e, não, um problema social. Quando você tem mulheres negras em cargos de liderança, é muito provável que sua empresa seja mais lucrativa. Só que as pessoas parecem impermeáveis aos dados. Sabe por quê? Porque para mudar, é preciso abrir mão de privilégios, mas nem todos estão cientes de que isso é necessário", diz (no arquivo acima, este trecho está a partir de 11:05).

"A gente acredita que dá para mudar (a cultura nas agências). Estamos decepcionadas com os resultados? Estamos. Mas a mudança de cultura do nosso mercado é urgente. E a gente está buscando um mecanismo que torna a preocupação em uma ação. Oferecer ferramentas e soluções práticas vai ajudar a impulsionar essas mudanças", afirma (a partir de 8:18).

O More Grls, criado em abril de 2017, é uma plataforma que ajuda a conectar criativas a agências e empresas. Além do mapeamento de criativas por todo o Brasil, a plataforma ainda realiza consultorias de processos de seleção, palestras, workshops e mentoria para criativas. Atualmente, 3.800 criativas estão cadastradas no site.

Pandemia digitalizou medicina

Laura também fala sobre como a pandemia afetou o mercado de produtos de saúde no mundo da publicidade.

"A pandemia ajudou a digitalização da medicina. Temos acompanhado o nascimento de coisas que eram impossíveis, de você ligar para o seu médico e ele te mandar uma receita de um antibiótico via celular. Vimos também marcas que não têm nada a ver com saúde passarem a investir no tema, ainda com o incremento da cultura do auto cuidado", declara.

"A indústria (da saúde) é muito poderosa, com muito investimento, mas ainda tem medo da criatividade. A criatividade é amiga da ciência. Marcas têm trabalhado para melhorar a vida das pessoas. Não existe nenhum propósito mais bonito do que salvar vidas", afirma Laura (a partir de 27:11).