Guedes defende que empresários comprem vacina e pede alteração na lei
O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu hoje que empresários comprem doses de vacina contra a covid-19 para poderem imunizar seus funcionários e pediu alteração na lei. Ao seu lado, estavam os empresários Carlos 'Wizard' Martins, fundador da rede de escolas de idiomas Wizard, e Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan.
O Congresso aprovou no mês passado um projeto de lei que facilita a compra de imunizantes pela iniciativa privada. De acordo com o texto, as empresas devem doar ao SUS (Sistema Único de Saúde) todas as vacinas que adquirirem, enquanto não terminar a imunização dos grupos prioritários previstos no PNI (Plano Nacional de Imunização), do Ministério da Saúde. O setor privado, no entanto, se queixa da obrigatoriedade da doação.
"Olha só como isso é importante, a capacidade de impacto que o setor privado pode ter: dois empresários têm 10 milhões de vacinas para serem doados. São dois empresários, dois brasileiros, de coração macio, empreendedores. Agora imagina 100 empresários?", afirmou Guedes.
"Nós precisamos tornar legal a compra de vacinas pelo setor privado, pois empresários têm condições de comprar sobras de vacina no exterior e isso pode acelerar o processo de vacinação no país. A partir do momento que antecipam a entrega das vacinas, nós antecipamos a imunização de toda a população. Nós queremos evitar o caos no país, então essa é uma medida eficaz", acrescentou.
Questionado como seria essa mudança na lei para que os empresários não precisem doar as vacinas ao SUS, Guedes respondeu, sem dar mais detalhes: "Eles vão conversar, acertar com o presidente da Câmara. É um problema de legislação. É lei".
Doação de 10 milhões de doses
No encontro, Wizard e Hang falaram sobre a doação de 10 milhões de imunizantes, que devem ser oficialmente anunciados amanhã, em reunião agendada com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Essa reunião foi intermediada por Paulo Guedes.
"O Brasil, hoje, enfrenta a sua maior crise de sua história recente: a educação está paralisada, a economia, o entretenimento, até as igrejas estão paradas. E os empresários estão solidarizados. Os empresários estão fazendo uma doação. Mas, para que isso aconteça, para que haja uma flexibilização da legislação", pediu Wizard.
"Precisamos deixar claro que a vacinação de funcionários tiraria gente do SUS (Sistema Único de Saúde). Nós queremos comprar vacinas e doar para os seus funcionários", concluiu Hang.
Mais cedo, Guedes propôs incentivar por meio de isenções tributárias que doses compradas pela iniciativa privada sejam doadas ao SUS. O ministro sugeriu como mudanças ao comentar a notícia sobre um grupo de Minas que adquiriu imunizantes para uso próprio, algo que, por enquanto, é proibido pela legislação.
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