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Ex-CEO da Braskem se declara culpado em caso de suborno de US$ 250 milhões

Jose Carlos Grubisich, ex-presidente da Braskem, se declarou culpado - 29.out.2012 - Victor Moriyama/Folhapress
Jose Carlos Grubisich, ex-presidente da Braskem, se declarou culpado Imagem: 29.out.2012 - Victor Moriyama/Folhapress

Colaboração para o UOL

15/04/2021 16h54

O ex-presidente da Braskem, maior empresa petroquímica do Brasil, José Carlos Grubisich se declarou culpado em um esquema de suborno de US$ 250 milhões. Conforme mostrou uma reportagem da Bloomberg, os Estados Unidos afirmam que o caso envolve, também, a controladora da Braskem, a Odebrecht SA.

A confissão aconteceu hoje, durante uma audiência no tribunal federal do Brooklyn, em Nova York. Grubisich admitiu ter aprovado um pagamento de US$ 4,3 milhões a um funcionário da Petrobras, pelos direitos de construção e operação uma planta.

Segundo as autoridades americanas, o ex-CEO e outros envolvidos no caso desviaram cerca de US$ 250 milhões da Braskem para um fundo secreto, que buscava vantagens indevidas para a petroquímica e a Odebrecht, e que "efetivamente funcionava como um departamento de propina". Os recursos eram supostamente usados para subornar autoridades no Brasil.

Ele foi acusado por suborno de autoridades em um processo de 2019. Como parte do acordo judicial, foi retirada a acusação de conspiração para cometer lavagem de dinheiro.

Grubisich, que ocupou o cargo de CEO da empresa entre 2002 e 2008, concordou em entregar US$ 2,2 milhões, mas ainda pode pegar até 10 anos de prisão. A leitura da sentença foi marcada para 5 de agosto.

Ambas as empresas declararam culpa em 2016 por conspiração para violar as disposições antissuborno da Lei de Práticas de Corrupção no Exterior dos EUA. Elas também concordaram em pagar US$ 3,5 bilhões para resolver o caso movido pelos EUA, Brasil e Suíça.

Procurada pelo UOL, a Braskem informou por meio de nota que "colaborou e forneceu informações às autoridades competentes como parte do acordo global" relacionadas à Operação Lava Jato e afirmou que a companhia "acompanhará as declarações e tomará as eventuais medidas cabíveis". Além disso, a empresa disse ter reforçado seu sistema de conformidade, "o que foi reconhecido pelo Ministério Público Federal brasileiro e pelo Departamento de Justiça dos EUA".

* Com informações da Reuters