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Lula: 'Faria Lima e Bolsa de Valores têm de aprender que há outros setores'

Em entrevista a apoiadores, o ex-presidente também falou em aumentar impostos para ricos - Zanone Fraiassat/Folhapress
Em entrevista a apoiadores, o ex-presidente também falou em aumentar impostos para ricos Imagem: Zanone Fraiassat/Folhapress

Colaboração para o UOL

19/01/2022 15h27Atualizada em 19/01/2022 18h14

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, durante entrevista hoje a sites de esquerda que o apoiam, que, caso eleito, vai ouvir setores relevantes para economia - como o centro financeiro da avenida Faria Lima e Bolsa de Valores -, mas é preciso aprender que há outros grupos a serem ouvidos.

"Esse país não é meu, não é teu, é nosso. É esse 'nosso' que envolve negros, índios, desempregados, povo sem rua, catadores de materiais reciclados. Esse povo tem de dizer que país queremos. Não é apenas a Avenida Faria Lima, a Bolsa de Valores. Eles também serão ouvidos, mas têm de aprender que há outros setores. É possível exercer a democracia na sua plenitude respeitando a totalidade da população brasileira."

Durante a entrevista, o ex-presidente também falou em aumentar a cobrança de impostos sobre os mais ricos.

"Eu acho que o sistema financeiro vai ter que aprender, quando sentar para conversar com o presidente, não ficar discutindo apenas os seus interesses. Nós precisamos discutir quem é que está preocupado com os milhões de brasileiros que estão dormindo na rua de forma vergonhosa."

Lula disse que não vai ser eleito para resolver "problema dos empresários". "Eu não posso querer ser presidente da República para resolver o problema do sistema financeiro, para resolver o problema dos empresários, para resolver o problema daqueles que ficaram mais ricos na pandemia. Só tem uma razão de eu ser candidato a presidente da República: é para tentar provar que esse povo pode voltar a ser feliz."