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Cliente Oi seguirá com acesso a serviços; migração para a Vivo levará 1 ano

Christian Gebara, presidente da Vivo, defende a compra da Oi em parceria com a Claro e TIM - Divulgação/Vivo
Christian Gebara, presidente da Vivo, defende a compra da Oi em parceria com a Claro e TIM Imagem: Divulgação/Vivo

Do UOL, em São Paulo

10/02/2022 08h27Atualizada em 10/02/2022 18h15

Após a operação de compra da Oi Móvel pelas rivais TIM, Vivo e Claro ter sido aprovada ontem pelo Tribunal do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), o presidente da Vivo, Christian Gebara, disse, em entrevista ao jornal O Globo, que a migração dos clientes deve ocorrer em um período de até 12 meses. Até lá, a Oi seguirá oferecendo serviços.

Segundo a Folha, a Vivo ficará com 10,5 milhões de clientes da O. A TIM assumirá 14,5 milhões de clientes e a Claro, 15 milhões. A divisão ocorre por DDDs. Irão para as companhias:

  • Claro: clientes dos DDDs 13, 14, 15, 17, 18, 27, 28, 31, 33, 34, 35, 37, 38, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 71, 74, 77, 79, 87, 91, 92
  • Vivo: clientes dos DDDs: 12, 41, 42, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 88, 98
  • TIM: clientes dos DDDs: 11, 16, 19, 21, 22, 24, 32, 51, 53, 54, 55, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 73, 75, 89, 93, 94, 95, 96, 97, 99

A Folha informa que cada operadora fará a migração dos novos clientes e avisará, um a um, quando ocorrerá esse procedimento. Caso os clientes não queiram ir para estas companhias pré-definidas, eles poderão escolher para qual empresa querem fazer a portabilidade. Se a nova operadora não tiver um plano exatamente igual ao da Oi, a migração deverá ocorrer para um plano melhor.

Ao O Globo, Gebara, presidente da Vivo, avaliou que a operação é um "marco" e que o negócio jamais teria sido aprovado se apenas uma das empresas tentasse fazer a aquisição sozinha. "Com os três, haverá uma distribuição equilibrada de clientes", afirma.

Questionado sobre como uma operação que concentra mais de 98% do mercado nas mãos de três empresas pode ser benéfica para o cliente, o executivo pondera que a Oi está em recuperação judicial, não comprou frequência para o 4G e não participou do leilão de 5G.

"Não tiramos uma grande empresa vencedora do setor. Se você pensar por DDD, vou receber clientes em mercados onde a Vivo é muito fraca e somos o quarto player. E agora, recebendo esses clientes, eu me fortaleço. E para o cliente final é benéfico, pois ele vai ter três operadoras relevantes e vai poder fazer escolhas. Então, não acho que diminui a competição", avaliou ele.

Sobre a previsão da conclusão do negócio, Gerbara disse que os detalhes do voto final ainda serão entendidos, mas crê que ainda no primeiro semestre. Segundo ele, com as frequências que a Vivo receberá da Oi, a empresa conseguirá oferecer um serviço melhor aos clientes.

A operação, segundo ele, vai custar R$ 5,5 bilhões. "Temos que ver o preço final, pois tem algumas variáveis para considerar. Temos caixa para honrar a compra quando for feito o fechamento. Estamos olhando um país continental, com carência de infraestrutura. No leilão de 5G, o quarto bloco nacional não foi comprado por ninguém."

"Se existe real interesse de alguns em investir, deveriam ter comprado o bloco 4 de 5G. E isso não ocorreu, o bloco foi leiloado novamente e divido entre Vivo, Claro e TIM. Temos uma das maiores cargas tributárias, de 40% sobre o preço cobrado. É um mercado de grande investimento. Investimos R$ 9 bilhões por ano no Brasil", complementou ele.