BTG/FSB: 29% veem governo como maior culpado pelo aumento dos combustíveis
Do UOL, em São Paulo
21/03/2022 10h56Atualizada em 21/03/2022 11h07
Levantamento do Instituto FSB Pesquisa, contratado pelo banco BTG Pactual e divulgado hoje, indagou quem os eleitores consideram o maior culpado pelo recente aumento no preço dos combustíveis, fator que tem sido determinante na alta da inflação, e 29% apontaram o governo.
Outros 22% culpam a política de preços da Petrobras, 21% os governadores, por causa dos impostos estaduais, 18% apontam a alta do preço do petróleo provocada pela invasão russa à Ucrânia e 5% veem todos esses fatores como responsáveis.
No dia 10 de março, a Petrobras anunciou reajustes nos preços da gasolina, diesel e GLP, o gás de cozinha. Nas distribuidoras, o preço médio da gasolina passou de R$ 3,25 para R$ 3,86 o litro, um aumento de 18,77%.
Veja abaixo o resultado da pesquisa:
Maior culpado pelo aumento no preço dos combustíveis
- o governo: 29%
- a política de preços da Petrobras: 22%
- os governadores, por causa dos impostos estaduais: 21%
- o aumento do preço do petróleo provocado pela guerra na Ucrânia: 18%
- todos: 5%
- nenhum: 1%
- não sabe/não respondeu: 4%
A pesquisa ouviu 2 mil eleitores das 17h do dia 18 de março às 15h do dia 20. O intervalo de confiança, segundo o instituto, é de 95%. Devido ao arredondamento, a soma dos percentuais pode variar de 99% a 101%. O levantamento foi registrado junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o protocolo BR-09630/2022.
Por ser um derivado do petróleo, a gasolina tem seu preço diretamente ligado ao da commodity. O preço do petróleo Brent saltou para acima de US$ 139 por barril. Desde então houve uma rápida reversão e o preço do barril caiu, mas especialistas apontam que a volatilidade do mercado pode reverter a tendência nos próximos dias.
Após os reajustes promovidos, a Petrobras publicou dois vídeos em sua página na internet justificando os aumentos. Conforme a estatal, o último reajuste foi necessário para manter o fornecimento por todas as empresas, mitigando riscos de desabastecimento.
Na quinta-feira (17), o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a dizer que não pode (e nem irá) interferir na Petrobras. Segundo Bolsonaro, os efeitos da redução dos impostos sobre os combustíveis ainda não chegaram às bombas.
No dia seguinte, a Petrobras afirmou que tem "sensibilidade" em relação aos preços de combustíveis e os impactos de reajustes para a sociedade, mas afirmou que a alta volatilidade está sendo monitorada, o que não permite à companhia antecipar alterações nas cotações.