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Desemprego cai a 9,1%, com recorde de trabalhadores informais

Amanda Perobelli/Reuters
Imagem: Amanda Perobelli/Reuters

Do UOL, em São Paulo

31/08/2022 09h06Atualizada em 31/08/2022 10h25

A taxa de desocupação no trimestre de maio a julho ficou em 9,1%, segundo dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o que representa 9,9 milhões de pessoas. É o menor percentual de desocupação desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015, quando também foi de 9,1%.

O índice referente a maio a julho de 2022 também representa queda em relação ao trimestre anterior, puxado pelo crescimento do número de pessoas com trabalho informal, que bateu o recorde da série histórica e chegou a 13,1 milhões de pessoas.

No período, trabalhadores informais compuseram 39,8% da força de trabalho no país. Estão incluídos nesse grupo trabalhadores sem registro, empregadores por conta própria sem CNPJ, além de trabalhadores familiares auxiliares.

Dois grupos de atividades tiveram o maior número de novos profissionais: "Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas", que empregaram mais 692 mil pessoas, e "Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais", com 648 mil pessoas. Nenhum dos grupos, porém, teve queda. Apenas o setor de "Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura" não apresentou crescimento na população ocupada.

O rendimento médio também teve crescimento real pela primeira vez em dois anos, chegando a R$ 2.693 no trimestre.

De acordo com a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios, Adriana Beringuy, a última vez que houve crescimento significativo foi no trimestre encerrado em julho de 2020. O valor foi 2,9% maior que no trimestre anterior. Os dados mostram que o crescimento foi influenciado principalmente por um aumento no rendimento de empregadores, militares e funcionários públicos estatutários. Não houve variação nos demais grupos.

Diferença entre Pnad e Caged

O Ministério do Trabalho divulgou nesta semana os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que mostraram que o país abriu 218,9 mil novas vagas em julho. Os dados, porém, se referem apenas a contratos regidos pela CLT. São as próprias empresas que preenchem as informações em um sistema próprio.

Já a Pnad do IBGE é mais ampla, e compreende o mercado de trabalho informal. O levantamento é feito com entrevistadores, que perguntam a uma amostra da população sobre sua situação de trabalho.

Metodologia

A Pnad Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e no Distrito Federal.