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Na China, Haddad diz que Brasil não tem intenção de se afastar dos EUA

Ministro da Economia disse que não faz sentido se aproximar de um para se afastar de outro - 14.abr.2023 - Tingshu Wang/Pool/Reuters
Ministro da Economia disse que não faz sentido se aproximar de um para se afastar de outro Imagem: 14.abr.2023 - Tingshu Wang/Pool/Reuters

Do UOL, em São Paulo

14/04/2023 11h26Atualizada em 14/04/2023 12h04

Após jantar com o presidente chinês Xi Jinping, o ministro da Economia, Fernando Haddad, disse que o Brasil não tem intenção de se afastar dos Estados Unidos.

O que ele disse?

"Não temos intenção de nos afastar de ninguém, ainda mais de um parceiro da qualidade dos Estados Unidos". "Estamos fazendo um esforço de aproximação, queremos investimentos dos EUA no Brasil. Estamos vivendo um momento de desinvestimento, nos últimos anos, empresas americanas deixaram o Brasil", declarou o ministro durante entrevista coletiva em Pequim.

"O país é grande demais para ficar escolhendo parceiro". "O Brasil tem tamanho para fazer parceria com esses grandes blocos e outros países em acordos bilaterais. Não faz nenhum sentido fazer a opção de se aproximar de um para se afastar de outro", respondeu ele ao ser questionado se a aproximação com a China representa um afastamento dos EUA.

Acordo para evitar dólar em comércio entre países

Um dos principais temas tratados na viagem oficial à China é a proposta do comércio entre o Brasil e o país asiático não passar pelo dólar, como medida para reduzir os custos de transação.

Ideia preocupa os Estados Unidos, segundo fontes diplomáticas ouvidas pelo colunista do UOL Jamil Chade, já que poderia fazer com que o dólar perca sua hegemonia e criaria uma alternativa para driblar eventuais sanções financeiras impostas pelos americanos.

Dólar deve se manter em patamar mais baixo

Haddad também comentou o valor do dólar ante o real, que vem caindo nos últimos dias.

"Para mim, é natural que o dólar se estabilize em um patamar menor do que estava sendo medido. Chegamos em R$ 5,80 nos últimos 12 meses, isso certamente estava fora da realidade na minha opinião", respondeu.

Estabilização, no entanto, depende de aprovação de medidas, como a reforma tributária e o arcabouço fiscal. "Não adianta de um lado eu fazer um trabalho e o Banco Central não acompanhar o movimento, na direção de convergir para uma política de crescimento com baixa inflação [...], que é o que todo mundo quer", afirmou, acrescentando que o governo está dialogando com todos e que espera "boas notícias daqui para frente".