Reforma tributária: Lira diz que opinião de Bolsonaro 'pesa' e apela ao PL
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou, em entrevista à BandNews, que a opinião do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a reforma tributária "pesa" e pediu que o PL não feche questão sobre a proposta.
O que aconteceu?
Lira disse que não é "recomendável" que legendas fiquem contra o texto em tramitação no Congresso. "Não é recomendável para nenhum partido se posicionar contra a reforma sem especificar qual é o tema, o texto, a possibilidade de melhora da legislação", afirmou.
O presidente da Câmara também pediu que o PL não feche questão sobre a PEC da reforma tributária. "É preciso que pelo menos o PL não feche questão, que dê oportunidade aos parlamentares para que eles se expressem sobre o que pensam sobre o texto, não com uma visão político-partidária", disse.
Bolsonaro divulgou nota citando comunismo e pediu voto contra a proposta. A mensagem foi publicada no grupo do PL no Telegram. Nela, o ex-presidente faz críticas ao PT e diz que, se fosse deputado, votaria "contra tudo que viesse" do partido. Ele também cutucou o presidente Lula (PT), que declarou na semana passada ter orgulho de ser chamado de "comunista".
Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, afirmou que se reuniria em Brasília com as bancadas do partido. O encontro, segundo ele, seria hoje de manhã e também contaria com a presença de governadores e presidentes regionais do PL.
"Vamos tratar também de outros assuntos do cenário político brasileiro, como a reforma tributária, temas de interesse do partido e pautas repercutidas pelo Congresso Nacional", escreveu o líder partidário no Twitter.
Lira nega que pediu demissão de Nísia na Saúde
O presidente da Câmara também voltou a negar que pediu a demissão de Nísia Trindade do Ministério da Saúde. Nas últimas semanas, a pasta tem sido alvo de cobiça do Centrão. "É mentira, o presidente da Câmara nunca pediu qualquer ministério, muito menos o da Saúde. Todos são do Lula, são do governo eleito. Ninguém faz concurso, recebe voto para ocupar. É nomeação pessoal", afirmou.
Lira chamou a atenção, no entanto, para o grupo de deputados aliado a ele para aprovar medidas na Câmara. "O grupo intitulado de Lira é de 464 deputados e todos votaram comigo. Todos eu trato com a mesma tranquilidade, a mesma paciência e o mesmo diálogo. O importante para o governo é que tenha votos no plenário da Câmara", disse.
"Quanto mais fácil para o governo, mais fácil para o meu papel de entregar as pautas que o país precisa, e que, muitas vezes, sem a tranquilidade política de uma base, o governo tem dificuldade para aprovar", acrescentou.
Os parlamentares não têm a obrigação, se os partidos não forem da base de apoio, de votarem em matérias do governo. Ninguém é obrigado se não se sentir parte do governo. Não se pode criminalizar isso. Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara
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