Bolsa Família: com 934 mil cortes, como saber se o seu foi cancelado?

O governo Lula cortou 934 mil beneficiários do Bolsa Família por irregularidades. O número dos que diziam viver sozinhos havia explodido de forma artificial durante o Auxílio Brasil de Jair Bolsonaro — de 15% para 27% das famílias atendidas —, e há suspeita de fraude.

Como saber se cadastro foi cancelado?

Quem teve o benefício cancelado é informado por meio de mensagem no extrato bancário, segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.

Além disso, também é possível consultar a situação do benefício no aplicativo do Bolsa Família, que está disponível nas lojas de aplicativos para sistema operacional Android e IOS (Apple).

O benefício pode ser cancelado em três casos:

  • inconsistências cadastrais;
  • falta de atualização de dados;
  • fim da Regra de Emancipação do Auxílio Brasil.

O que fazer para voltar a receber? Caso o beneficiário esteja no perfil para permanecer no programa, mas o benefício tenha sido cancelado por falta de atualização cadastral ou não cumprimento das condicionalidades de saúde e educação, a pessoa deve procurar o centro de atendimento do Bolsa Família e do CadÚnico (Cadastro Único) onde se cadastrou para regularizar a situação.

O que aconteceu:

Corte ocorreu entre beneficiários que dizem viver sozinhos. São os chamados benefícios unipessoais. Número caiu de 5,9 milhões, em janeiro de 2022, para 4,9 milhões, em julho.

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Sob Bolsonaro, benefícios unipessoais passaram de 2,2 milhões para 5,9 milhões. Esse crescimento diminuiu o peso das famílias com duas ou mais pessoas no programa. Quando o Auxílio Brasil foi iniciado, elas representavam 85% dos beneficiários. Já no final do governo, eram 73%.

Valor mínimo do Auxílio Brasil incentivou fraudes. No Bolsa Família, o valor transferido era proporcional ao tamanho da família. Já o Auxílio Brasil estabeleceu um valor fixo — primeiro, de R$ 400, depois, de R$ 600. Assim, uma mãe com quatro filhos passou a receber o mesmo que um homem solteiro. Então, muitas pessoas cujas famílias já eram atendidas fizeram um novo cadastro, como se vivessem sozinhas, para ganhar outro benefício, segundo auditorias feitas desde o final das eleições de 2022.

Governo Lula editou regras para rever cadastros unipessoais. Em março, iniciou a averiguação. Em abril, fez o bloqueio temporário de 1,2 milhão de benefícios e exigiu recadastramento. Já em junho, estabeleceu regras mais rígidas para os cadastros unipessoais. Parte delas passou a valer em julho.

Número atual ainda está inflado. Após os cortes, beneficiários que dizem morar sozinhos representam 24% da folha de pagamento do Bolsa Família. É menos do que no auge deixado pelo governo Bolsonaro, mas muito acima do registrado antes do Auxílio Brasil.

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