Como Pablo Escobar foi parar na lista de bilionários da Forbes?
Pablo Escobar foi um dos traficantes mais midiáticos, a ponto de ter virado personagem da Netflix na série "Narcos", com direito ao brasileiro Wagner Moura ostentando seu tradicional bigode. A fama do colombiano foi tanta, que seu império da cocaína o levou não só às páginas policiais, mas também às de economia, aparecendo na lista da Forbes de bilionários.
O traficante de drogas e líder do Cartel de Medellín foi citado como uma das cem pessoas mais ricas do mundo em 1987, no primeiro ranking de ricaços feito pela revista norte-americana — aparentemente ainda sem um filtro mais rigoroso de quem poderia aparecer no ranking.
A aparição de Escobar na lista é citada em "Narcos". Em uma das menções na primeira temporada, um comparsa do traficante diz que ele deveria ser mais discreto, pois se continuasse gastando dinheiro e adquirindo bens, iria parar na Forbes.
Segundo a revista, o Cartel de Medellín teve lucro de, pelo menos, US$ 7 bilhões entre 1981 e 1986. Escobar tinha uma participação de 40% no negócio. De acordo com a revista de 1987, o colombiano tinha guardado cerca de US$ 3 bilhões, e o negócio que controlava valia mais de US$ 2 bilhões.
Escobar permaneceu no ranking de bilionários até 1993. Nessa época, já era considerado fugitivo. Tanto o governo da Colômbia quanto o dos Estados Unidos ofereceram recompensas milionárias em troca de informações que levassem à sua prisão.
À época, a Forbes afirmou: "Suspeitamos que, como seus colegas de tráfico, irmãos Ochoa (que agora estão na cadeia), Escobar irá deixar a lista em breve. Talvez, a Terra". E, de fato, o colombiano morreu cinco meses depois.
O traficante acabou morto pela polícia colombiana em dezembro do mesmo ano, em Medellín. Apesar de traficar drogas e ser responsável por uma série de homicídios, ele era visto como uma espécie de "Robin Hood", por construir casas e campos de futebol para os pobres.
Outros dois personagens de "Narcos" também apareceram na lista de bilionários da Forbes em 1987: os irmãos Ochoa, que tinham participação de 30% no cartel.
Leia o que a revista disse sobre Escobar, segundo a Forbes Brasil:
Escobar aparentemente trilhou seu caminho até o topo do cartel de cocaína ao ter astutamente reinvestido seus ganhos iniciais e se tornado o grande relações-públicas da Colômbia. Ele atraiu a atenção da polícia pela primeira vez em 1975, quando trabalhava como contrabandista e guarda-costas. Nos dois anos seguintes, ele economizou o bastante para começar seu próprio negócio de tráfico de cocaína. Em 1978, ele movimentava cerca de 35 kg da droga por mês em Medellin. Homem de 1,70 m, normalmente com roupas de rugby, calças chino e tênis, Escobar é o grande exemplo de um paisa colombiano - um agressivo e nada sentimental homem do interior.
Com o crescimento de sua fortuna, Escobar tomou o jornal de Medellin, comprou influência entre políticos colombianos e concorreu a um cargo público com sucesso, quando entrou para o Congresso Nacional. Ele fez sua reputação como Robin Hood ao construir casas aos pobres, 70 campos de futebol e um zoológico. Um membro da operação antidrogas dos Estados Unidos (DEA) lamenta que ter importado animais exóticos tenha trazido mais dor de cabeça a Escobar do que seu negócio ilegal.
Atualmente, Escobar é procurado pelos Estados Unidos por acusação em três incidentes federais por distribuição de drogas, lavagem de dinheiro e encomendar assassinatos. Ele negou todas as acusações por meio de um advogado. No entanto, ele admite ter feito uma proposta de anistia em nome dos membros do cartel em 1984, quando ofereceu pagar a dívida nacional da Colômbia em troca de imunidade.
Ele tem a maior fatia do cartel, estimada em 40%, o que indica que só ele deve ter movimentado cerca de US$ 3 bilhões nos últimos anos. Promotores federais dos Estados Unidos que o indiciaram em Miami não sabem onde ele escondeu a fortuna, mas também não têm indícios de que ele a gastou.
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