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Lotes de café são recolhidos por fraude e impurezas; veja marcas

Governo federal recolhe lotes de café por fraude e impurezas Imagem: Divulgação/MAPA

Do UOL, em São Paulo

25/09/2023 16h33Atualizada em 29/09/2023 11h23

O Ministério da Agricultura e Pecuária determinou o recolhimento de lotes de café torrado e moído por constatação de impurezas acima dos limites.

O que aconteceu:

Os cafés são das marcas Jardim, Lenhador Extra Forte, Lenhador Tradicional, Balaio, Bico de Ouro e Bico de Ouro 100% Puro Robusta. Foi constatada a presença de matérias estranhas e impurezas acima dos limites permitidos pela legislação vigente, informou a pasta.

Os grãos de café foram substituídos por matéria-prima contendo excesso de cascas e paus de café. Segundo o ministério, a finalidade seria "aumentar o volume e enganar o consumidor".

"Esses resíduos do beneficiamento do grão de café foram torrados como se fossem grãos de café legítimos", explicou o coordenador de Fiscalização da Qualidade Vegetal, Tiago Dokonal.

Os lotes afetados são:

  • 046/23/3D da Jardim;
  • 59 da Lenhador Extra Forte;
  • 59 da Lenhador Tradicional;
  • 58 da Balaio;
  • 02 e 05 da Bico de Ouro; e
  • 04 da Bico de Ouro 100% Puro Robusta.

Procurada pelo UOL, a Café Balaio disse que recebeu a notificação do Ministério da Agricultura com "surpresa" e mandou recolher os produtos citados pela pasta. Segundo a empresa, o episódio se trata de uma "falha pontual".

"A Café Balaio recolheu todos os lotes desses produtos da rede varejista e iniciou amplo processo de atualização e ajustes no sistema de produção para evitar que a intercorrência se repita, uma vez que contraria totalmente sua política de qualidade", diz a empresa. Veja a íntegra da nota ao fim da reportagem.

O UOL também procurou as demais empresas citadas, e deixa ao espaço aberto caso queiram se manifestar. Quando houver retorno, esta nota será atualizada.

Segundo o ministério, as fiscalizações de café torrado e moído brasileiro começaram este ano, com a entrada em vigor da Portaria nº 570. O processo é feito pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal.

Em julho, uma força-tarefa composta por 16 auditores fiscais federais agropecuários e agentes do Mapa foi mobilizada nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Distrito Federal para combater a fraude em cafés.

Durante a operação, uma fábrica de café torrado e moído em Minas Gerais foi interditada. Segundo o ministério, foram apreendidos 20.312 kg de café torrado e moído, além de 16.090 kg de matéria-prima irregular, composta por café com cascas e paus.

Nessa ação mais de 26 marcas foram identificadas com indícios de irregularidades. Parte das marcas estão em fase de contestação das análises, informou a pasta.

Nota da Café Balaio

A Indústria e Comércio de Café Balaio Ltda, que processa as marcas Café Balaio, Café Lenhador Tradicional e Café Lenhador Extra Forte, esclarece que os sistemas para assegurar a qualidade de seus produtos têm sido permanentemente ajustados às diretrizes da Portaria n° 570 do Ministério da Agricultura, que estabeleceu este ano os limites de impureza em cafés torrados e moídos. A empresa atua para colocar no mercado cafés com índices de impureza inferiores aos permitidos pela legislação vigente.

Por conta desses cuidados, foi com surpresa que ela recebeu as notificações do Ministério da Agricultura sobre irregularidades nos lotes: 58 do Café Balaio e 59 do Café Lenhador Tradicional e Lenhador Extra Forte.

De imediato, a Café Balaio recolheu todos os lotes desses produtos da rede varejista e iniciou amplo processo de atualização e ajustes no sistema de produção para evitar que a intercorrência se repita, uma vez que contraria totalmente sua política de qualidade.

Por outro lado, a empresa contesta a afirmativa de que "os grãos de café foram substituídos por matéria-prima contendo excesso de cascas e paus de café." Segundo o ministério, a finalidade seria "aumentar o volume e enganar o consumidor".

As impurezas detectadas não são decorrentes de ações deliberadas sob qualquer objetivo. A Café Balaio classifica o ocorrido como uma falha pontual nos procedimentos que antecederam a torragem e moagem dos grãos de apenas dois lotes. Esses processos estão agora sob atenção redobrada e com
novas tecnologias.

A Indústria e Comércio de Café Balaio Ltda tranquiliza clientes e consumidores sobre a qualidade de seus produtos e reafirma que segue priorizando a excelência, fator que gerou a credibilidade necessária para mantê-la há 12 anos no mercado e garantir sua presença em pequenos, médios e grandes varejistas.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do publicado anteriormente, o café da marca Fazenda Mineira não está entre os irregulares pelo Ministério da Agricultura. A informação inicial tinha sido divulgada pelo próprio ministério, mas corrigida após informação da empresa. O texto foi corrigido e alterado.

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