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Além da base de R$ 200: Virginia e Samara dizem já ter faturado R$ 378 mi

A influenciadora Virginia Fonseca (à esq.) e a empresária Samara Pink são sócias na Wepink Imagem: Divulgação

Gabriela Bulhões

Colaboração para o UOL, em São Paulo

26/09/2023 04h00

A Wepink, marca de cosméticos da influenciadora Virginia Fonseca e da empresária Samara Pink, caiu na graça do público e fez barulho nas redes sociais. A empresa, que foi alvo de polêmicas com o lançamento de base de R$ 200, já faturou R$ 378 milhões em apenas dois anos, segundo as sócias. Agora, elas querem fechar 2023 com R$ 300 milhões em vendas.

Quem são as influenciadoras donas da Wepink

Virginia Fonseca começou sua carreira no YouTube compartilhando sua rotina. Casada com o cantor Zé Felipe e mãe de duas filhas, tem 44,2 milhões de seguidores no Instagram, 11,5 milhões de inscritos no YouTube e 1,4 bilhão de visualizações. Além da Wepink, também comanda outros empreendimentos, como a agência Talismã Digital e a marca infantil Maria's Baby.

Já Samara Pink, formada em administração, é fundadora da Pink Lash, rede de franquias de extensão de cílios. A empresária adotou "Pink" como sobrenome e construiu a marca ao lado do marido, Thiago Stabile, CEO e sócio da Wepink. Ela tem 2,5 milhões de seguidores no Instagram.

Início da marca

Wepink surgiu como uma solução para acnes. Durante a primeira gestação, Virginia sofreu com as espinhas pelo rosto e estava em busca de uma solução eficaz. A influencer diz que recebeu uma receita médica com vários cosméticos e não achou prático.

Virgínia uniu-se a Samara Pink para tirar a ideia do papel. Ela já era proprietária da empresa de extensão de cílios Pink Lash. A dupla de influenciadoras é o rosto da empresa. "A gente sabe da influência que a Virginia tem hoje em dia na internet, e isso só traz bons frutos. [Essa influência] ajudou, principalmente no começo, a alavancar a imagem da marca e, hoje, caminhamos com as próprias pernas", diz Samara ao UOL, em evento da marca.

O investimento inicial foi de R$ 600 mil e saiu do bolso das sócias. O primeiro item a chegar ao mercado pela Wepink foi o sérum, com o objetivo de funcionar como 10 produtos em 1, ou seja, eliminar da rotina a necessidade de usar vários cosméticos, disse Virgínia ao UOL.

No primeiro mês da marca, venderam R$ 10 milhões só em séruns, dizem as sócias. No site da marca, o sérum de 25ml custa R$ 123,68.

Polêmica da base de R$ 200

O primeiro produto de maquiagem da marca foi a base líquida Wepink Beauty. Com preço inicial de R$ 200, o valor estava acima da média do mercado e, por isso, recebeu muitas críticas pelo preço. O auge da repercussão foi a crítica da youtuber Karen Bachini, famosa por fazer resenhas de produtos de beleza. Hoje, o produto está em promoção e sai por R$ 149,92.

Valor alto era parte da estratégia, dizem sócias. Sem nenhuma maquiagem no catálogo na época, a intenção com o lançamento foi fazer o público comentar sobre o preço. Elas dizem que a base de R$ 200 foi uma "jogada de marketing" que deu certo. "Hoje, o que mais agrega, incomoda e é falado é preço. Foi essa a ideia, a gente tinha um valor [alto], tanto que qualquer pessoa que entrar no site vai ver que sempre tem promoções, uma jogada de marketing que foi excelente", diz Samara Pink.

Elas afirmam que as avaliações ruins não impactaram as vendas. Mesmo que a base tenha recebido muitas críticas na internet, o produto faturou R$ 1,5 milhão em oito horas, segundo as empreendedoras. Elas não informaram, porém, quanto já faturaram apenas com as venda da base.

Mas o gerenciamento de crise exigiu maturidade. Elas reconhecem que houve uma crise interna pelo abalo emocional das críticas, já que foram bombardeadas de comentários negativos. As empresárias argumentam que optaram pela qualidade do produto e formulação a nível internacional, o que encareceu o processo da base de 45ml.

Mais de 60 produtos no portfólio

A marca começou com poucas pessoas em 2021; hoje, são 277 funcionários. Os produtos são feitos em fábricas terceirizadas. Além das vendas online, também disponibilizam os produtos em farmácias e quiosques. A empresa conta com centros de distribuição em Goiás, Minas Gerais e São Paulo.

Ao todo, são 61 produtos de beleza. A empresa, que tem quatro sócios, vende cosméticos como perfume, maquiagem e itens de skincare. Segundo Virgínia, tudo é desenvolvido pensando no que as sócias gostariam de usar, o que ajuda a gerar identificação com os clientes e fãs.

Não é a única marca de cosméticos de influenciadora. Diversas personalidades também têm suas marcas, como Julia Petit, com a Sallve e Contém 1g, Victoria Ceridono, dona da Vic Beauté, a Camila Coutinho com a marca GE Beauty, e a Bianca Andrade, da Boca Rosa Beauty, Niina Secrets, Bruna Tavares, Mari Maria, Franciny Ehlke e a própria Karen Bachini, entre outras.

Para Virgínia, o segredo para ter sucesso no mercado competitivo é ouvir o público. "Ganhamos espaço ouvindo o público e tentando fazer o melhor da forma que sentimos necessidade no mercado", diz Samara.

Wepink é uma empresa que pensa 100% nos clientes e vemos o que eles pedem nas redes sociais. Quando vou montar as promoções, vejo o meu direct para pesquisar o mercado através do Instagram
Virginia Fonseca, sócia da Wepink

Faturamento milionário

A meta é fechar o ano com faturamento de R$ 300 milhões. Até o momento, já venderam R$ 210 milhões e, em 2022, fecharam o ano com R$ 168 milhões em caixa.

Em julho de 2023, faturaram R$ 40 milhões com três novos produtos. O número representa o melhor mês de vendas, e só o novo perfume lançado na comemoração de dois anos da empresa chegou a R$ 3 milhões em menos de 12 horas.

As lives marketings são uma das estratégias de sucesso. Também chamadas de "live shopping", são transmissões ao vivo nas redes sociais para alavancar as vendas nos seus sites. Em janeiro deste ano, chegaram a R$ 15 milhões em 12 horas, enquanto em abril, a receita subiu para R$ 22 milhões em 13 horas.

Além de sócias, Samara e Virginia também são mães. Elas dividem as horas do dia entre manter seus negócios em pé e a criação dos filhos pequenos. Com tantos compromissos fora da Wepink, Samara fala que é possível separar bem a pessoa física da jurídica. Como a imagem delas já é um produto, tomam cuidado para não prejudicarem a marca e ao mesmo tempo curtir a vida.

Queremos alcançar cada vez mais públicos diversos, expandir nosso negócio como um todo. Mas a maior meta mesmo é alcançar o número de meio bilhão de faturamento no ano que vem.
Samara Pink, sócia da Wepink

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