Desemprego cai para 7,7% e país tem recorde de trabalhadores ocupados

A taxa de desocupação no Brasil caiu para 7,7% no trimestre encerrado em setembro, de acordo com os dados mensais da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, divulgados hoje pelo IBGE. É a menor taxa de desocupação desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015 (7,5%).

O número veio alinhado com as expectativas do mercado. A mediana das previsões em pesquisa da Reuters era de que a taxa ficaria em 7,7%.

Entenda os dados

O país tem hoje cerca de 8,3 milhões de pessoas desocupadas. O dado mostra um recuo de 3,8% (menos 331 mil pessoas) no trimestre e de 12,1% (menos 1,1 milhão de pessoas) no ano.

São 99,8 milhões de pessoas ocupadas. É o maior contingente desde o início da série histórica (1º trimestre de 2012). O número cresceu 0,9% no trimestre (mais 929 mil pessoas) e 0,6% (mais 569 mil pessoas) no ano.

O número de empregados com carteira de trabalho no setor privado também teve alta. São 37,4 milhões, número 1,6% maior (mais 587 mil) para o trimestre e de 3% (mais 1,1 milhão) para o ano. A maior parte do aumento no número de ocupados veio justamente da categoria de empregados com carteira assinada.

Os trabalhadores por conta própria são 25,5 milhões de pessoas no país. O dado ficou estável em relação ao trimestre anterior e ao mesmo período do ano passado.

A taxa de informalidade se manteve estável. Dentro da população ocupada, 39,1% são trabalhadores informais (ou 39 milhões). O número é ligeiramente menor em relação ao trimestre anterior (39,2%) e ao mesmo trimestre de 2022 (32,4%).

A queda na taxa de desocupação foi induzida pelo crescimento expressivo no número de pessoas trabalhando e pela retração de pessoas buscando trabalho no terceiro trimestre de 2023.
Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE

A renda dos trabalhadores

O rendimento real habitual para o período foi de R$ 2.982. O valor cresceu 1,7% no trimestre e 4,2% no ano. Os aumentos no trimestre foram nos seguintes grupos: Indústria (5,3%, ou mais R$ 149) e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (1,7%, ou mais R$ 71). Os outros grupos não apresentaram variação significativa.

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Na comparação com o mesmo período do ano passado, os grupos que tiveram aumento mudam um pouco. Os grupos são: Indústria (6,3%, ou mais R$ 174) Alojamento e alimentação (12,3%, ou mais R$ 219) Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (4,2%, ou mais R$ 169) e Serviços domésticos (3,9%, ou mais R$ 43). Os demais ficaram estáveis.

A massa de rendimento real habitual atingiu novo recorde da série histórica. Foram, no total, R$ 293 bilhões, número 2,7% maior frente ao trimestre anterior e 5% maior na comparação anual.

Diante de uma expansão da população ocupada, temos como resultado o aumento da massa de rendimento real. Essa alta pode ter influência da maior participação de trabalhadores formais no mercado de trabalho, que têm, em média, rendimentos maiores.
Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE

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