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'Maior valor dos últimos anos': o terreno de bilionário vendido a R$ 370 mi

Aloysio de Andrade Faria morreu em 2020 e deixou herança bilionária Imagem: Reprodução

Daniele Dutra

Colaboração do UOL, no Rio de Janeiro

11/12/2023 04h00Atualizada em 11/12/2023 18h58

Um terreno de mais de 30 mil metros quadrados localizado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, foi vendido por R$ 370 milhões para a companhia Tegra Incorporadora, em conjunto com a Construtora São José.

A área pertencia às cinco filhas do banqueiro Aloysio de Andrade Faria. Elas ficaram com a herança de um patrimônio estimado em R$ 9 bilhões após a morte do banqueiro.

Essa é considerada a maior venda das últimas décadas. As informações foram dadas inicialmente por Lauro Jardim e O Globo e confirmadas pelo UOL.

O que aconteceu:

Dono do banco Alfa, Aloysio morreu em 2020, aos 99 anos. Em 2017, ele entrou na lista dos brasileiros mais ricos do mundo segundo a revista Forbes, com uma fortuna avaliada em US$ 2,4 bilhões de dólares (mais de R$ 12 bilhões na cotação de hoje), ocupando o 21º lugar da lista brasileira daquele ano.

Segundo o registro do imóvel, a venda foi feita em abril de 2023, mas desde 2012, ainda em vida, o bilionário já tinha a intenção de fazer a venda do terreno.

A intenção era construir um hotel. A obra seria para a rede Transamérica, mas não foi levada adiante.

Localizado na Avenida Lúcio Costa, o terreno faz esquina com a Avenida Peregrino Júnior e, segundo a Tegra, a área tem "potencial desenvolvimento de um empreendimento residencial de altíssimo padrão".

Maior venda dos últimos anos. Claudio André de Castro, 44, dono da imobiliária Sérgio Castro Imóveis, uma das mais antigas do Rio, conta que já fez negócio com o banqueiro através da venda do antigo Hotel Ambassador, em que ele era sócio.

O imóvel vendido é o último terreno naquele trecho, que é o melhor, ao lado do condomínio Golden Green, área nobre da praia da Barra. Já houve pacote de imóveis com valor superior, mas para um único terreno, essa com certeza foi a maior venda dos últimos anos.
Claudio André de Castro

Dinastia de banqueiros

Médico gastroenterologista de formação, Aloysio optou por não exercer a profissão para seguir os caminhos do pai, dono Banco da Lavoura de Minas Gerais, fundado em 1925.

Do Real à venda bilionária. Ele dirigiu a instituição a partir dos anos 1940 e, em 1972, o banco passou a se chamar Real. Aloysio atuou como controlador da instituição até os anos 1990. Em 1998, o banqueiro vendeu o Real ao holandês ABN Amro por cerca de US$ 2,1 bilhões.

Com mais de 70 anos, ele fundou o Conglomerado Alfa, que tem empresas no ramo financeiro. Segundo o jornal O Globo, o comportamento discreto do empresário lhe rendeu o apelido de "banqueiro invisível". Aloysio sempre fez questão de manter a família distante dos negócios, optando por deixar a gestão das empresas de forma profissionalizada.

Herança bilionária. As herdeiras Lucia, Junia, Flavia, Claudia e Eliana, cada uma com 20% dos negócios, estavam inteiradas sobre os ativos do conglomerado antes de qualquer movimentação de investimento ou venda. De acordo com o jornal, ele deixou para as cinco filhas uma fortuna avaliada em US$ 1,7 bilhão (equivalente a cerca de R$ 9 bilhões).

Errata: este conteúdo foi atualizado
O nome do banco holandês ABN Amro estava redigido incorretamente. A grafia foi corrigida.

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