Panetone está menor e mais caro: entenda o que é a reduflação
20/12/2023 04h00
Uma pesquisa aponta que o panetone está mais caro e menor em 2023. Com isso, o consumidor está comprando menos em relação ao ano anterior.
O tamanho do panetone encolheu
O tamanho médio das embalagens de panetone vendidas está 21,1% menor em relação ao ano passado. Os produtos que normalmente tinham 500g agora têm 400g, diz a Scanntech empresa de inteligência de varejo alimentar. Os dados foram recolhidos em mais de 40 mil pontos de venda.
Quanto ao preço por quilo, houve um aumento de 27% na comparação com novembro do ano passado. O preço disparou em 45,8% em Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. O interior de São Paulo registrou alta de 24,7% nos preços de panetone, a capital paulista, 21,2%.
Consumidores estão comprando menos: o volume médio de venda de panetone foi 13,8% menor em novembro do que o registrado em novembro do ano passado. Ainda não há dados de dezembro. A procura pelo item tradicional das festas de fim de ano chega a registrar pico de 300% em vendas.
A maior retração de vendas está na região Centro-Oeste, com queda de 27,7%. Em segundo lugar estão os estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro com volume de vendas 21,3% menor. Em São Paulo, a queda no volume de vendas é de 12,6% para o interior do estado e de 10,7% na região metropolitana da capital.
Os panetones de 500g foram os que tiveram maior aumento de preço, de 28% em novembro de 2023 em relação ao ano anterior. Eles custavam R$ 25,86 em média no ano anterior, e saem por R$ 33,30 este ano, segundo dados da consultoria Horus encaminhados com exclusividade ao UOL.
Já os panetones menores, de apenas 80g, tiveram redução de preço, comparando com o ano passado - de R$ 8,62 em média para R$ 7,55 este ano.
Em média, o consumidor compra 1,2 panetone, diz a consultoria Horus. Mas, se em 2022 gastava em média R$ 19,68 na compra do panetone, esse ano gasta R$ 20,11.
O que é reduflação
A reduflação acontece quando empresas reduzem o tamanho das embalagens para manter o mesmo preço. A quantidade ou qualidade de produto é menor, mas o preço não é reduzido ou não é reduzido na mesma proporção da diminuição da embalagem. Essa é uma maneira de as fabricantes repassarem a inflação para os consumidores. Foi o que aconteceu no ano passado com sabão em pó, molho de tomate e outros produtos.
A reduflação também inclui mudanças nos ingredientes e na qualidade dos produtos. Um caso emblemático recente é o do leite condensado: diversas marcas trocaram os ingredientes para uma "mistura láctea". Chocolates, doces e manteigas também sofreram alterações em ingredientes no ano passado.