Não tem como, do dia para a noite, ofertar passagens a R$ 200, diz ministro
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, sugeriu hoje que o Voa Brasil — que prometia ofertar passagens aéreas a R$ 200 — foi mal interpretado. Segundo ele, a ideia do governo é que o programa atinja apenas alguns segmentos da população, como aposentados e pensionistas.
O que disse o ministro
Houve "interpretações diversas" sobre o Voa Brasil, segundo Costa Filho. Em entrevista à CNN Brasil, o ministro explicou que "em nenhum momento" foi dito que o programa beneficiaria toda a população, nem que a União entraria com recursos próprios para bancar as passagens a R$ 200.
"Governo não tem como, do dia para a noite, ofertar passagens a R$ 200". O plano, segundo Costa Filho, é restringir o Voa Brasil apenas a alguns grupos, como aposentados e pensionistas federais — que já incluem 20 milhões de pessoas. "A gente quer ofertar essa passagem a R$ 200 para determinados segmentos da sociedade", reforçou.
Programa deve ser lançado na segunda quinzena de janeiro. A ideia é que, a partir de 2024, "a gente possa ter um planejamento estratégico, esse programa saia do papel e a gente possa incluir novos CPFs", disse o ministro, que também elogiou a participação das companhias aéreas nas discussões. "[As empresas] Querem, de fato, ajudar".
Quando foi colocado o valor de R$ 200, na minha avaliação, houve várias leituras de interpretação. O governo não tem como, de um dia para a noite, ofertar passagens a R$ 200. (...) A gente quer ofertar às companhias aéreas essa passagem a R$ 200 para determinados segmentos da sociedade - por exemplo, aposentados e pensionistas federais.
Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos, à CNN
Promessa do antecessor
Voa Brasil foi anunciado em março pelo ex-ministro Márcio França. A previsão era de que o programa entrasse em vigor em agosto, o que não aconteceu. Desde o início, França já havia destacado que o governo não subsidiaria as passagens aéreas mais baratas, mas ajudaria na organização e divulgação do Voa Brasil por meio da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil).
Governo já havia sinalizado que programa seria restrito a alguns grupos. Inicialmente, França disse que o Voa Brasil atenderia pessoas com salário de até R$ 6.800. Depois, em abril, explicou que as passagens mais baratas seriam oferecidas no período de baixa temporada para estudantes do Fies, bolsistas, funcionários públicos, aposentados e inscritos no CadÚnico.
Em julho, o público-alvo do programa mudou pela segunda vez. Durante evento na UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), França anunciou que, a princípio, as passagens de R$ 200 seriam liberadas apenas para aposentados e pensionistas que não voaram nos últimos 12 meses. A expectativa do então ministro era chegar a 1,5 milhão de bilhetes por mês em um ano de Voa Brasil.
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