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É melhor alugar ou comprar um imóvel, como defende Nath Finanças?

Fernando Barbosa

Colaboração para o UOL, em São Paulo

08/04/2024 04h00

A dúvida entre comprar ou alugar um imóvel é recorrente. Se por um lado os juros encarecem o financiamento, por outro quem tem o próprio imóvel pode fugir dos aumentos expressivos nos preços dos aluguéis.

A influenciadora e especialista em finanças pessoais Nath Finanças tem argumentado a favor do financiamento. Em uma das postagens das últimas semanas, ela conta um exemplo de um deles, ela mostra o relato de uma pessoa que comprou um imóvel financiado e alugou a propriedade. O dinheiro recebido pelo aluguel pagava o próprio financiamento e parte do aluguel na casa onde reside hoje. Além disso, ela também argumenta que é possível financiar e amortizar as parcelas, para pagar em um prazo bem menor do que o inicial. Como exemplo, Nath conta ter financiado a casa da própria mãe em 30 anos, mas diz que o pagamento será concluído em apenas três anos.

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Mas será que essa é a melhor opção? Veja os prós e contras para tomar a melhor decisão.

É uma boa hora para comprar um imóvel?

Ao tentar saber se é uma boa financiar, você deve comparar os juros atuais com os dos últimos 10 anos. É o que diz Gabriel Redivo, sócio e diretor de gestão da gestora de patrimônio Aware Investments. Isso porque o financiamento é uma dívida de longo prazo. Se os juros estiverem abaixo da média histórica, é uma boa janela para compra. Do contrário, pode ser vantajoso esperar mais um pouco por juros mais oportunos e continuar no aluguel.

Se o consumidor já tem todo o dinheiro em conta para comprar a vista, hoje vale a pena alugar e deixar o dinheiro em investimentos. Para chegar a essa conclusão, Redivo lembra que o CDI acumulado nos últimos anos foi de 131,10%, ou cerca de 8,7% em termos anualizados. Com a taxa básica de juros em 10,75%, há uma oportunidade interessante ao observar a média histórica do CDI. Segundo ele, essa diferença de taxa influencia significativamente a decisão de compra ou aluguel de um imóvel.

Por exemplo: se o investidor paga R$ 2.500 por mês de aluguel em um imóvel avaliado em R$ 400.000, a taxa de aluguel anual seria de 7,5% ao ano. Caso encontre um investimento que ofereça um retorno superior a essa taxa de aluguel, pode ser mais vantajoso financeiramente optar pelo aluguel em vez da compra.

Mas o financiamento não é ruim. É essencial saber se o financiamento cabe no bolso, afirma Felipe Molinari, CEO da Mosaico Investimentos.

Compare o financiamento com o custo do aluguel. É uma boa simular quais seriam as parcelas do financiamento, considerando o valor disponível de entrada, e se elas seriam maiores ou menores que o aluguel pago no mesmo imóvel. Se as parcelas do financiamento forem muito mais altas, vale alugar e investir o restante.

Para a população brasileira, a casa própria tem uma importância cultural significativa, lembra Molinari. Por isso, o financiamento é uma boa ferramenta para quem não tem dinheiro para comprar à vista. "Com o tempo, o imóvel tende a se valorizar, permitindo ao proprietário um aumento de seu patrimônio", afirma.

Devo amortizar as parcelas para pagar a dívida mais rápido?

Depende. É preciso avaliar o custo de oportunidade - termo que significa saber qual seria o custo ou retorno de uma ou outra decisão com o dinheiro. Se a dívida com os juros custa, no total, 10% ao ano, ao mesmo tempo em que a taxa Selic está em 12%, seria mais sensato manter o dinheiro investido e aproveitar a rentabilidade do investimento, diz o CEO da Mosaico Investimentos. Por outro lado, se os juros da dívida forem de 10% ao ano e a Selic anual estiver no patamar de 8%, faria mais sentido usar o dinheiro para amortizar a dívida e diminuir os juros e o tempo de pagamento.

Mas a decisão de quitar a dívida deve considerar também o bem-estar. De acordo com os especialistas, é preciso levar em conta não apenas os aspectos matemáticos, mas também os emocionais. Tenho disciplina para pagar aquele imóvel ao longo de muitos anos? Minha situação financeira é estável? Em muitos casos, consultar um planejador financeiro pode auxiliar na tomada de decisão.

Além do dinheiro, o que mais devo levar em conta na hora de fechar o negócio?

É ideal entender se o imóvel atende às expectativas futuras da família. Por exemplo, se a casa está próxima do trabalho, se a família vai crescer ou diminuir nos próximos anos, se há aceitação de animais de estimação e a segurança do bairro, por exemplo.

Empreendimento pode valorizar? Além de observar as condições do imóvel, vale olhar para a localização, como mercados, pontos de ônibus e até metrôs nas redondezas. Vale também verificar se as documentações estão livres de pendências legais, como hipotecas, dívidas com condomínio ou aluguéis atrasados ou processos judiciais.

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