Lula defende Haddad sobre desoneração: 'Tentou ajudar empresários'
O presidente Lula (PT) defendeu nesta quinta-feira (13) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e disse que o debate sobre desoneração agora depende do Senado e dos empresários.
O que aconteceu
Na terça (11), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, devolveu para o governo federal a MP do PIS/Cofins. Apelidada de "MP do fim do mundo", ela era alternativa para compensar a perda de arrecadação causada pela desoneração da folha de pagamento de municípios e 17 setores da economia.
Para Lula, Haddad tentou "ajudar os empresários" propondo a reoneração. "Nem deveria ter sido o Haddad para assumir essa responsabilidade, mas o Haddad assumiu, fez uma proposta. Os mesmos empresários não quiseram", disse o presidente, após discurso na OIT (Organização Internacional do Trabalho), na Suíça.
A devolução foi encarada como uma derrota para o governo, em especial para Haddad. Incomodado com as críticas ao ministro, disse que Haddad é "extraordinário".
Não sei qual é a pressão contra o Haddad. Todo ministro da Fazenda, desde que me conheço por gente, ele vira o centro dos debates, quando a coisa dá certo, quando a coisa não dá certo.
presidente Lula
O presidente lavou as mãos. "Se, em 45 dias, não houver acordo sobre compensação, o que vai acontecer? Vai acabar a desoneração, que era o que eu queria, por isso que eu vetei naquela época", disse Lula.
Agora, a bola não tá mais na mão do Haddad, está na mão do Senado e dos empresários. Encontrem uma solução. O Haddad tentou: não aceitaram, agora encontrem uma solução.
Lula, sobre MP do Fim do Mundo
Lula participou hoje do encerramento da OIT, em Genebra. Na sua fala, voltou a cobrar a taxação de grandes fortunas como um movimento internacional e cobrou uma "nova globalização".
Não tem plano B, disse Haddad
No mesmo dia da devolução, Haddad disse que a Fazenda não tem "plano B" para a MP. O governo está buscando compensar a redução da receita com a desoneração da folha de pagamento dos 17 setores da economia que mais empregam.
O ministro acrescentou que a Fazenda está preocupada com fraudes descobertas na compensação de PIS/Cofins. Combater o uso indevido dos créditos ajudaria a remediar a queda da MP.
O Senado assumiu parte da responsabilidade por tentar construir uma solução, pelo que entendi pela fala do presidente Rodrigo Pacheco. Vamos colocar toda a equipe da Receita Federal à disposição do Senado para tenta construir uma alternativa, uma vez que tem um prazo exíguo e que precisa encontrar uma solução.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda
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