Dólar sobe no mundo todo após atentado a Trump. Bolsa passa 129 mil pontos

Após o atentado ao candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, o dólar fechou esta segunda-feira (15) em alta no mundo todo. No Brasil, a divisa subiu 0,26% em relação ao real, custando R$ 5,445. Mas depois das quedas sofridas na semana passada, o real deixou de ser a quinta moeda mais desvalorizada do mundo para ocupar a sexta posição num ranking com 118 divisas. Confira a cotação em tempo real aqui.

Na Bolsa, o Ibovespa passou o patamar dos 129 mil pontos nesta manhã. Encerrou o dia com alta de 0,36%, indo a 129.358,27, conforme dados preliminares, reagindo à participação de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, no Clube Econômico de Washington, que aconteceu esta tarde.

Quais moedas estão perderam mais valor?

  1. Nigéria (naira) -45,3%
  2. Egito (libra) -35,5%
  3. Sudão do Sul (libra) -29,9%
  4. Gana (cedi) -22,1%
  5. Argentina (peso) -12,4%
  6. Brasil (real) -11,3%
  7. Turquia (lira) -10,6%
  8. Japão (iene) -10,4%
  9. Ucrânia (Hryvnia) -7,1%
  10. Bangladesh (taca) -6,8%


Fonte: Austin Rating - variação acumulada de 1 de janeiro a 15 de julho.

Melhora no ranking

O Brasil deixou de ser a quinta moeda mais desvalorizada, como aconteceu no início do mês. Com a aprovação da reforma tributária na semana passada e o fim das provocações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Banco Central, o dólar caiu na semana passada. A baixa foi de 0,8% de 5 a 12 de julho, segundo a Elos Ayta. Também contribuíram os dados de inflação nos Estados Unidos, que apontam para uma possível redução dos juros por lá.

Por que o dólar subiu?

No sábado (13), Trump foi atingido na orelha num atentado. Ele foi cercado por seguranças e retirado do palco do comício que realizava na cidade de Butler, no estado da Pensilvânia. Trump é o candidato republicano à Casa Branca.

O atentado dá margem considerável para vitória de Trump. Isso fortalece o dólar. Os investidores procuram mercados seguros e também criam a expectativa de que, com sua vitória, uma política econômica de crescimento nos EUA pode impulsionar os investimentos, dizem analistas de mercado. "O Trump é mais pró corte de impostos", diz Marcos Moreira, sócio da WMS Capital.

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E repercutiu nos ativos do mundo. "A gente teve o bitcoin subindo bem porque o Trump é um grande adepto das criptomoedas. O dólar também subiu inicialmente, mas depois acabou caindo", disse Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos.

Na bolsa americana Nasdaq, as ações da empresa de mídia de Donald Trump saltaram. Os papeis da Trump Media & Technology Group Corp (DJT) chegaram a subir mais de 51% na abertura. Por volta das 17h, estavam com ganhos de 33,69%, cotadas a US$ 41,30.

E a Bolsa?

Os acionistas ficaram de olho em Jerome Powell, presidente do BC americano. Ele disse que a inflação está mais comportada. Isso ajuda a Bolsa de Valores a subir. Segundo ele, no primeiro trimestre, a inflação estava em alta. Mas no segundo trimestre, ela começou a melhorar. Isso dá aos formuladores de políticas maior confiança de que a inflação está caminhando para a meta de 2% ao ano do Federal Reserve.

Os Estados Unidos, segundo ele, tiveram um aumento da inflação por vários motivos. Um deles foi a perda de boa parte de sua força de trabalho durante a pandemia de covid e isso também teve impacto na economia. "E só agora começa a ser atenuado", afirmou. Essa falta de profissionais aqueceu o mercado de trabalho. Com emprego sobrando, as pessoas gastaram mais, aumentando o custo de vida.

Powell não deu pistas sobre quando e se os juros americanos vão cair. "Na verdade, eu me orgulho de não vazar informações sobre isso. Ele também reiterou que vai depender dos dados de inflação para que os juros caiam. Ele destacou que não deve esperar a inflação atingir os 2% para iniciar o corte de juros. "Se esperarmos a inflação chegar a 2%, vai ser muito tempo", disse.

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Com esse discurso, as apostas para um início de corte de juros já em setembro ganhou mais força, na minha visão, mas também aumentaram as possibilidades de três cortes de juros, de 0,25% cada, totalizando uma queda de 0,75% até o fim de 2024

Andre Fernandes, diretor de renda variável e sócio da A7 Capital

Outro fator que ajudou a Bolsa nesta segunda-feira foi o Boletim Focus. Os economistas consultados pelo Banco Central reduziram a projeção de inflação para 2024 pela primeira semana após nove altas consecutivas.

A previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o ano todo de 2024 caiu de 4,02% para 4%. Para 2025, a aposta foi elevada de 3,88% para 3,90%. Os palpites seguem acima do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 3%, mas dentro do intervalo de 1,5 ponto percentual.

Os investidores também colocaram foco na pontuação do Ibovespa. Ela passou dos 129 mil pontos. Espera-se que ela passe dos 129.500 pontos nos próximos pregões. "Se isso acontecer, vemos espaço para novas altas que podem trazer o índice de volta ao topo histórico, nos 134 mil pontos, com a faixa de 131.700 (máxima de fevereiro)", publicou o Banco do Brasil.

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