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Haddad: 'Se MP da reoneração não tivesse sido devolvida não teríamos corte'

O Congresso Nacional terá de definir se reonera a folha de pagamento, cortando privilégios, ou leva o governo a cortar gastos na saúde e educação, disse o colunista Tales Faria, no UOL News desta quarta (31).

Nesta terça (30), o presidente Lula (PT) assinou o decreto detalhando os R$ 15 bilhões que serão cortados do orçamento —R$ 11,2 bilhões congelados e R$ 3,8 bilhões contigenciados, com 30 dos 31 ministérios afetados.

Perguntei ao ministro o seguinte: 'A retomada da reoneração da folha de pagamento que o governo tentou, mas o Congresso derrubou, poderá desfazer esse corte, especialmente em saúde e educação?'. O ministro respondeu: 'Se a MP 1202, não tivesse sido devolvida teríamos equilíbrio fiscal e não corte. A desoneração, mais o Perse [Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos], vão custar R$ 42 bilhões este ano'. Tales Faria, colunista do UOL

Tales relembrou que o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que o Congresso apresente uma compensação para a desoneração da folha de pagamento; o prazo termina em agosto.

Ora, aí eu entro na história lembrando o seguinte: o STF já determinou que o Congresso faça a compensação da desoneração. Isso tem que ocorrer até agosto, agora. Se o Congresso não fizer a tempo, tem até agosto, a desoneração cai e o governo pode, então, retomar a previsão de gastos em saúde.

Ou seja, a grande questão agora para o Congresso, na volta aos trabalhos, e para o país mesmo é: vamos cortar da saúde, da educação, ou vamos cortar privilégios?.

A desoneração da folha de pagamento é um privilégio para 17 setores da economia. Se cortar esse privilégio não há necessidade de cortar para a saúde e educação. E até para o PAC. Estamos na mão do Congresso e vamos ver qual a direção que o Congresso vai tomar.Tales Faria, colunista do UOL

Josias: Para Lula, Dirceu representa retrovisor e Marina Silva, para-brisa

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"O José Dirceu é símbolo dessa era em que o PT virou um outro nome para escândalo. O Lula reabilitado concorreu à presidência da República contra a precariedade do Bolsonaro, empurrado pelo fator democrático, empurrado por uma frente ampla que incluía, entre as suas estrelas, a Marina Silva (Rede), que aderiu a campanha do Lula".

"E o Lula se esquece que foi devolvido ao Palácio do Planalto empurrado por pessoas, por eleitores, que votaram na defesa da democracia. Não votaram para que ele voltasse, para que ele retornasse ao Planalto. Votaram para defender a democracia. Então, o Lula se distancia desse eleitoral. Convém ao Lula se guiar pelas palavras da Marina Silva. Não pelo retrovisor do José Dirceu. Porque ele homenageará esse eleitor que votou nele em defesa da democracia". Josias de Souza, colunista do UOL.

Análise: Ao se aproximar da Venezuela, Brasil se tornou refém de Maduro

Lula, com a diplomacia brasileira e a sequência de aproximações com a Venezuela, foi se tornando um refém de Maduro. Isso é um quadro curioso. Maduro foi ficando com a faca e o queijo na mão e usa fatos políticos para postergar qualquer tipo de cobrança.

A expulsão dos representantes diplomáticos fez parte dessa mesma estratégia, como faz agora essa tensão no ar de prender opositores. Ele fará isso porque não tem como dar as atas e as deixará para nunca. A posição de Brasil, México e Colômbia acompanha esse mesmo processo. Esperamos um posicionamento desses três países frente a fatos consumados na Venezuela.

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Quando se trata de construir ditaduras, Maduro tem a ensinar a muita gente. Ele consegue fazer isso de forma competente. Aquilo que lhe é essencial, deixa de lado; as atas não aparecerão nunca, e ele cria fatos. Qualquer ditador tem exatamente esse procedimento. Maduro não é diferente. Leonardo Trevisan, professor de Relações Internacionais da ESPM

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