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Mercado financeiro passa a ver juros, inflação e PIB mais altos em 2024

Alexandre Novais Garcia

Do UOL, em São Paulo (SP)

23/09/2024 08h56

Após o Copom (Comitê de Política Monetária) elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano, os analistas do mercado financeiro atualizaram suas projeções de alta para a taxa Selic até o final de 2024. Conforme as expectativas apresentas nesta segunda-feira (23) pelo BC (Banco Central), as previsões sinalizam novas altas dos juros nas duas últimas reuniões deste ano. As análises também indicam inflação e PIB maiores.

Como devem ficar os juros

Mercado prevê mais duas elevações da taxa Selic em 2024. Isso levaria os juros básicos dos atuais 10,75% ao ano para 11,5% ao ano. A expectativa na semana passada era de que a Selic encerraria o 2024 em 11,25% ao ano.

Segundo projeção, alta será maior em novembro. De acordo com as expectativas, a taxa Selic saltará 0,5 ponto percentual no próximo encontro do Copom, para 11,25% ao ano. Em dezembro, o ritmo das elevações tende a perder força e ser novamente de 0,25 ponto percentual, chegando a 11,5% ao ano.

Atualização surge após primeira alta da Selic em dois anos. Na última quarta-feira (18), o Copom optou pela primeira elevação da taxa básica de juros desde agosto de 2022. No comunicado da decisão, os diretores da autoridade monetária destacaram o compromisso de "assegurar a estabilidade de preços".

O ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo ora iniciado serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta.
Comunicado do Copom, divulgado em 18 de setembro

As expectativas para os próximos anos seguem estáveis. Os analistas mantêm as projeções de cortes da taxa Selic nos próximos três anos, com quedas para 10,5% ao ano em 2025, 9,5% ao ano, em 2026, e 9% ao ano, em 2027.

Previsões refletem expectativas sobre andamento da economia. As apostas de juros mais altos surgem em linha com a projeção de inflação maior pela 10ª semana seguida, de 4,35% para 4,35%. A Selic é a principal ferramenta de política monetária para segurar a alta dos preços.

Como deve ser a inflação

Expectativas apontam que a inflação oficial fechará o ano em 4,37%. A variação corresponde à 10ª alta consecutiva das previsões para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Há uma semana, a aposta era de alta do índice em 4,35%. Há quatro, a projeção sinalizava para uma alta de 4,25%.

Projeção mantém a inflação próxima do limite da meta. O intervalo estabelecido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) determina que o IPCA deve terminar este ano em 3%. O valor tem margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, entre 1,5% e 4,5%. O patamar máximo aparece apenas 0,2 ponto percentual superior à expectativa.

Para o mês de setembro, o IPCA deve apresentar alta de 0,53%. Se confirmado, o resultado vai representar um ganho de força ante a deflação apurada no mês de agosto. Para outubro e novembro, as projeções são de alta do índice oficial são de 0,31% e 0,21%, respectivamente.

Como deve ser o PIB

Previsão aponta para avanço maior da economia em 2024. Com um crescimento do PIB acima do esperado no segundo trimestre, o mercado financeiro elevou, perla sexta semana consecutiva, a aposta de avanço da economia. A alta eleva a previsão de 2,96% para 3%. Há quatro semanas, a expectativa sinalizava um avanço de 2,43%.

Projeções para os próximos anos seguem estáveis. O mercado prevê um avanço de 1,9% do PIB em 2025. Já para os anos de 2026 e 2027, as projeções de crescimento da economia nacional seguem em 2% para ambos os anos.

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