Brasil abre 232.513 vagas com carteira assinada em agosto, mostra Caged
Alexandre Novais Garcia
Do UOL, em São Paulo (SP)
27/09/2024 10h16
O Brasil criou 232.513 vagas de trabalho com carteira assinada no mês de agosto, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego.
O que diz o Caged
Brasil abre 232.513 postos formais de trabalho em agosto. O resultado decorre de 2.231.410 admissões e 1.998.897 desligamentos. O resultado representa a maior criação mensal desde abril (239.785).
Admissões superam as demissões em todos os meses de 2024. O dado de agosto mantém o ritmo positivo de contratações formais verificado desde janeiro. O maior volume foi obtido em fevereiro (306.052) e maio responde pela menor geração deste ano (139.279).
No acumulado do ano, foram criados 1.726.489 cargos formais. O dado positivo é fruto de 17.595.190 admissões e 15.868.701 desligamentos. A evolução leva o Brasil a um estoque de 47.243.764 vínculos celetistas ativos.
Ministério mira a marca de 2 milhões de contratações neste ano. "Acreditamos que nos próximos meses continuaremos com essa curva ascendente", afirma Francisco Macena, secretário-executivo do Ministério do Trabalho. Ele destaca que a estimativa já considera a sazonalidade responsável por números negativos nos meses de dezembro.
Secretário critica elevação da taxa básica de juros. Macena afirma que a decisão do BC (Banco Central) favorável ao aumento da taxa Selic em 0,25 ponto percentual, de 10,5% ao ano para 10,75% ao ano, deixa a pasta "atenta" e "preocupada". Ele rechaça as avaliações de que a melhora do mercado de trabalho pressiona o consumo e gera inflação.
Esquecem de outros fatores, inclusive o aumento dos juros, que pressiona a dívida pública e acaba trazendo impacto relevante para o desenvolvimento econômico e o cumprimento da meta fiscal.
Francisco Macena, secretário-executivo do Ministério do Trabalho
Dados mostram abertura de postos por grupos sociais. Segundo o Caged, 119.317 das vagas criadas em agosto foram ocupados por mulheres e 113.196 por homens. A faixa etária entre 18 e 24 anos apresentou o maior saldo no acumulado do ano (126.914 postos). Quanto à raça, a maioria das vagas foi gerada para pardos, com um saldo de 204.407 novos postos no mês.
Setores
Todos os ramos econômicos contrataram mais do que demitiram em agosto. O destaque fica por conta do setor de serviços, que gerou 118.364 postos no mês. Na sequência, aparecem a indústria (51.634 postos), o comércio (47.761 vagas), a construção (13.372 cargos) e agropecuária (1.401 colocações).
Saldo também é positivo para todas as atividades no acumulado do ano. Entre janeiro e agosto, o setor com maior geração de empregos também foi o de serviços, com 916.369 novos postos formais. A indústria criou 343.924 postos de trabalho. A construção civil gerou 213.643 vagas, o comércio 169.868 e a agropecuária, 82.732 empregos formais no ano.
Ministério comemora o bom desempenho do setor industrial. Paula Montagner, subsecretária do Ministério do Trabalho, ressalta que a criação do setor no acumulado do ano até agosto só é inferior à de 2021, período de retomada após a pandemia do novo coronavírus. Macena reforça que o dado positivo surge mesmo com as enchentes que prejudicaram o setor no Rio Grande do Sul.
O que é o Caged
O indicador mede o andamento do mercado formal. Divulgado mensalmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados recebe relatórios das empresas para definir a quantidade de contratações e demissões com carteira assinada no Brasil.
Informações do Caged são coletadas pelo eSocial. O sistema que unifica as informações de trabalhadores e empresas. A adoção extinguiu o modelo antigo para a coleta das informações e resultou na criação do Novo Caged, que traz as estatísticas do mercado formal de trabalho desde janeiro de 2020.
Caged tem metodologia diferente da Pnad, do IBGE. Ainda que ambos os indicadores tragam informações sobre o mercado formal, as divulgações da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) são mais completas e definem o nível de desemprego. A base da pesquisa é movimento do mercado dento de um intervalo de três meses.