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Temor por escalada do conflito com o Irã faz Bolsa cair e dólar subir

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL

03/10/2024 10h11Atualizada em 03/10/2024 17h14

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou nesta quinta-feira (03) em queda de 1,38%. O Ibovespa terminou o dia a 131.671 pontos, com o mercado acompanhando a baixa nas Bolsas internacionais devido ao aumento das tensões no Oriente Médio e o aumento de mais de 5% do petróleo.

O dólar teve alta de 0,54%, indo a R$ 5,473. O dólar turismo fechou a R$ 5,68.

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O que aconteceu

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse na tarde de hoje que está discutindo com Israel possíveis ataques a refinarias petrolíferas iranianas. Diferentemente do que aconteceu na terça (1) e na quarta-feira (2), quando a perspectiva de uma oferta global mais forte fez a alta arrefecer ao longo do dia, desta vez o preço não cedeu. Com isso, o tipo WTI aumentou hoje 5,14%, para US$ 73,71 o barril, enquanto o Brent subiu 5,03%, a US$ 77,62 o barril. Ambos alcançaram seus maiores níveis desde agosto.

Na Europa e nas Bolsas de Nova York, tanto o Dow Jones quanto a Nasdaq operaram no negativo. O índice pan-europeu STOXX 600, por exemplo, fechou em queda de 0,93%, a 516,29 pontos, atingindo seu nível mais baixo em mais de uma semana. "As Bolsas do mundo inteiro caíram hoje. A única que subiu foi a de Londres porque eles estão baixando os juros", diz Júlio mora, fundador da Choice Investimentos.

E o Ibovespa não escapou da baixa. "Como grande parte dos investidores na Bolsa brasileira é composta por estrangeiros, este fator geopolítico também entra nas análises, fazendo com que o Ibovespa registrasse um dia de movimento corretivo", diz Anderson Silva, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital.

Nem mesmo as ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) salvaram o dia. Com a escalada do petróleo, PETR3 teve alta de 1,45%, indo para R$ 41,38, enquanto PETR4 subiu 1,31%, indo a R$ 37,97, conforme dados preliminares. "O problema é que Vale (VALE3) caiu bastante", explica Victor Furtado, diretor de alocação da W1 Capital.

Os investidores, assustados com o conflito entre Israel e Irã, fogem de ativos de risco, como ações de empresas de países emergentes, assim como Vale. Isso fez o ativo amargar desvalorização de 2,12%, indo a R$ 62,81, de acordo com dados preliminares. O dólar subiu, explica Furtado, porque é um ativo mais seguro, assim como o ouro, que também ganha valor.

O que o mercado teme é que Israel atinja a produção iraniana de petróleo. Especialistas internacionais no tema dizem que a reação do mercado tem sido muito branda até agora, diante do que pode ainda acontecer. Em entrevista hoje ao canal americano de notícias CNBC, Bjarne Schieldrop, analista chefe de petróleo do banco sueco SEB, disse que se a infraestrutura do Irã for destruída, os preços poderiam "facilmente" chegar a US$ 200 o barril.

O Citigroup, em nota, também levantou um alerta sobre esse risco. "Em tal cenário, os mercados globais de petróleo estariam em águas desconhecidas, com os preços do petróleo provavelmente experimentando um pico acentuado e significativo bem além dos recordes anteriores", de acordo com documento divulgado para investidores.

Déficit fiscal

O Tesouro Nacional divulgou nesta manhã detalhes do resultado do Governo Central de agosto, já publicado na segunda-feira (30). O déficit de R$ 22,404 bilhões foi puxado pela Previdência Social, que registrou saldo negativo de R$ 18,895 bilhões. O Tesouro Nacional também apresentou resultado deficitário, de R$ 3,405 bilhões, enquanto o resultado negativo do BC foi de R$ 104 milhões. As publicações de dados do Tesouro estão sofrendo atrasos em razão da greve dos servidores.

Nos EUA

Os investidores também prestaram atenção ao número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos. O total é de 225 mil requerimentos subiu 6 mil na semana encerrada em 28 de setembro, segundo pesquisa divulgada pelo Departamento do Trabalho do país nesta quinta-feira. O resultado veio acima da expectativa de analistas, que previam 221 mil solicitações. O dado colabora para um corte menor das taxas de juros americanas, em novembro.

Mas a espera mesmo é pelos dados oficiais de folha de pagamento (Payroll) que saem amanhã. Caso o mercado de trabalho mostre crescimento, as chances de um corte de juros menor em novembro, pelo banco central americano, aumentam.

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