Haddad: 'Não há motivo para Lula criar nada exótico por motivos eleitorais'

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse hoje que o governo não pretende mudar a meta fiscal nem o limite de gastos públicos e que não há "motivos" para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criar medidas "exóticas" por causa das eleições do ano que vem.

Haddad também criticou um encontro realizado nos Estados Unidos no ano passado, em que o setor financeiro dizia, em abril, que o governo não iria cumprir a meta de superávit.

O que aconteceu

"Não há motivo para o presidente Lula criar nada exótico por motivos eleitorais", disse, ao responder se poderia haver novas "surpresas fiscais". Haddad disse que o apoio do presidente tem sido importante, e que há momentos em que há necessidade de negociação.

Caminho "mais correto" de recuperar o superávit primário para estabilizar a dívida pública é o da moderação. Haddad defendeu a política econômica, argumentando que, em 10 anos que o Brasil registrou déficit primário, não houve redução da dívida. "Brasil cresceu pouco e o déficit permaneceu próximo a 2% do PIB (Produto Interno Bruto)", afirmou em um painel promovido pela Arko Advice e Galapagos Capital, em São Paulo.

Ministro criticou evento realizado em abril no ano passado em Washington, nos Estados Unidos. Na época, economistas diziam que o governo Lula (PT) não ia cumprir a meta de superávit fiscal. "Por que uma autoridade, que não é autoridade fiscal, vai dizer o que eu, que sou autoridade fiscal, vai entregar?", questionou.

Busca será por zerar o déficit primário neste ano. Em 2024, a dívida pública representou 0,36% do PIB, totalizando R$ 43,006 bilhões, contando a ajuda de R$ 32 milhões dada ao Rio Grande do Sul, que enfrentou uma catástrofe climática, além do investimento contra as queimadas no Pantanal e na Amazônia. Apesar de estar matematicamente fora da meta pretendida pelo governo, que era de até 0,25%, foi "tecnicamente" cumprida.

Fernando Haddad acredita que será possível ver este ano desvalorização do dólar mesmo sem uma queda significativa na taxa de juros nos EUA. "Eu não consigo enxergar algum equilíbrio ali sem o dólar passar por algum processo de desvalorização. Também não acredito que tarifa vá resolver, acho que pode até agravar a situação", disse.

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