Dólar fecha em alta com temores de recessão após tarifas dos EUA
Do UOL, em São Paulo*
07/04/2025 09h39
O dólar comercial fechou a cotação de hoje em alta de 1,29%, acompanhando a tendência internacional de valorização no primeiro dia útil do "tarifaço" de Donald Trump. A moeda americana terminou o pregão valendo R$ 5,910 para a compra e R$ 5,911 para venda.
O que aconteceu
A alta do dólar segue o movimento visto nos mercados globais, que reagem aos planos tarifários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os temores de uma recessão global derrubaram as bolsas pelo mundo. É o maior valor de fechamento desde 28 de fevereiro, quando atingiu R$ 5,916.
Na sexta-feira (4), a moeda americana também havia fechado em alta, de 3,69%, a R$ 5,836. O dólar recuperou perdas que haviam sido registradas no dia anterior, quando a China havia anunciado retaliação tarifária aos Estados Unidos por causa do "tarifaço".
As principais bolsas de valores da Ásia fecharam em forte queda e as europeias estão derretendo no início dos negócios de hoje, primeiro dia útil após entrar em vigor o 'tarifaço' de Trump. Os índices futuros das bolsas dos Estados Unidos também registram grandes baixas, indicando um dia de bastante nervosismo em Wall Street. Com medo das consequências da guerra comercial global iniciada por Trump, os investidores estão vendendo freneticamente ativos de risco, como as ações de empresas negociadas em bolsa.
Começou o "tarifaço"
No sábado (5), entrou em vigor a determinação que impõe uma tarifa adicional de 10% sobre todas as importações de todos os parceiros comerciais dos EUA. A taxação foi anunciada por Trump em um evento na Casa Branca na quarta-feira passada (2). Até a próxima quarta (9), todos os países pagarão apenas essa tarifa adicional de 10% — exceto aqueles que foram alvos de ações específicas anteriormente, como México e Canadá.
Taxa do Brasil é de 10% e não deverá ser alterada no curto prazo. Essa porcentagem foi aplicada aos países com quem os EUA têm superávit comercial.
No dia 9 de abril, as tarifas serão elevadas para as demais nações com quem os EUA têm déficit comercial. As alíquotas podem chegar a 50%, como no caso de Lesoto e do arquipélago de São Pedro e Miquelão.
Ainda está difícil para empresas e governos calcular os efeitos do aumento das tarifas para a economia mundial. Em momentos de elevada incerteza como o atual, a aversão a risco dos investidores cresce. O índice VIX, que mede a volatilidade do mercado acionário com base nos derivativos do S&P 500 e é conhecido como "índice do medo", disparou 51% na sexta (4) na Bolsa de Chicago.
*Com informações de Reuters.