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Dilma: G20 não tem "fórmula mágica" para resolver crise europeia

19/06/2012 19h28

19 Jun (Reuters) - Ao deixar o México nesta terça-feira (19), onde participou da reunião do G20, a presidente Dilma Rousseff disse que não cabe ao grupo das 20 principais economias do mundo "achar a fórmula mágica" para resolver a crise na Europa e defendeu a retomada em 2014 da rodada de Doha --ampla negociação para liberalização do comércio mundial-- para acabar com "práticas de competição indevidas."

"A crise não pode servir de biombo para a prorrogação de uma situação de desequilíbrio global no que se refere ao comércio internacional", disse ela a jornalistas no aeroporto, antes de embarcar de volta ao Brasil.

"Não dá mais para ficar prorrogando, porque é quando você dá um cheque em branco... Nós estamos propondo que em 2014 se reabra a discussão da rodada de Doha e se dê prazo para fechar, para evitar prorrogamentos de interesses muito grande de países que são privilegiados por subsídios agrícolas, por práticas de competição indevidas no momento atual", disse ela.

Outros líderes emergentes, também pediram avanços na rodada de Doha, que são negociações dentro da Organização Mundial do Comércio (OMC) para diminuir barreiras comerciais, nos últimos dias como forma de combater o protecionismo. Essas discussões foram interrompidas por falta de acordos.

Sobre o G20, a presidente afirmou que não é atribuição do grupo achar saídas para a crise europeia e que é preciso respeitar a soberania dos países.

"Não é papel do G20 pontificar a respeito da situação europeia. Nem tampouco cabe ao G20 achar a fórmula mágica para resolver a situação europeia, esta não é atribuição dos países do G20", afirmou ela.

Dilma comentou ainda o aporte dos Brics --Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul-- ao Fundo Monetário Internacional (FMI), de US$ 75 bilhões, e a expectativa de reforma no organismo. O Brasil entrou com US$ 10 bilhões.

"Nós estamos absolutamente interessados em que haja uma reforma das cotas do Fundo Monetário. Ela não é apenas uma questão técnica, é uma questão política, porque representação das cotas implica no poder que cada país terá dentro do Fundo Monetário", disse.

"Obviamente há resistência por parte de quem perde esta representação...E o que nós colocamos é que isto seja absolutamente imprescindível que seja cumprido, porque é um acordo anteriormente realizado", disse Dilma.

Segundo ela, os recursos novos serão uma espécie de crédito extra que só será utilizado depois que forem gastos os valores que já estão no fundo, como uma "sequência de aportes", disse.