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Emissão de cartões de crédito recuou 2% no país em 2011, afirma BC

Luciana Otoni

Da Reuters, em Brasília

18/10/2012 15h49

O Brasil registrou queda de 2% na quantidade de cartões de crédito emitidos no país e retração de 1% no volume de cartões de crédito ativos no fim de 2011, em comparação a 2010, informou o Banco Central nesta quinta-feira (18).

Os dados fazem parte do documento "Adendo Estatístico ao Relatório sobre a Indústria de Cartões de Pagamentos", elaborado pelo BC em conjunto com as secretarias de Acompanhamento Econômico, do Ministério da Fazenda, e de Direito Econômico, do Ministério da Justiça, com dados consolidados sobre cartões de crédito e débito no país.

De acordo com o documento, a queda na emissão e uso de cartões de crédito representa "uma inversão de tendência", uma vez que os cartões de crédito vinham crescendo a uma taxa média de 20% ao ano nos últimos dez anos.

As estatísticas mostram que, no fim de 2011, o país possuía 169,1 milhões de cartões de créditos emitidos e 84,4 milhões de cartões de crédito ativos. "Parte da queda se deve a ajustes nas bases de cartões dos emissores, resultantes dos processos de consolidação das aquisições ocorridas recentemente no mercado bancário", relata o documento. O levantamento mostra ainda que os cartões emitidos sob a modalidade "híbrido" foram os mais afetados pelo ajuste, com queda de participação para 16%, ante 19% verificado anteriormente.

Cartões de débito

Já no segmento dos cartões de débito, verificou-se expansão. As estatísticas mostram que, no fim de 2011, o país possuía 254 milhões de cartões de débito, com alta de 13% na comparação com 2010. Em termos gerais, as transações com cartões de crédito totalizaram R$ 3,9 bilhões, enquanto as dos cartões de débito, R$ 3,6 bilhões. O documento também informa que permanece a tendência de aumento do uso de cartões com chip, tanto na função crédito quanto débito.

Em relação à organização da indústria de cartões de pagamento, o documento relembra que desde 1º de julho de 2010 tornou-se possível aos credenciadores atuar com mais de uma bandeira, a partir do fim da exclusividade na atividade de credenciamento. A medida teve o objetivo de facilitar a entrada de novos concorrentes.

"Todavia, o impacto dessa mudança foi modesto: no quarto trimestre de 2011, a Redecard e a Cielo ainda detinham participação de mercado acima de 90 por cento", relata o documento. "O grande desafio para os novos entrantes é a conquista de novos clientes, já que incorrem em custos fixos elevados e os ganhos de economia de escala são extremamente importantes nesse negócio."